Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Gravação de áudio pode agravar situação de Trump com a Justiça dos EUA

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Terça, 27 de Junho de 2023 às 11:31, por: CdB

A existência dessa gravação era conhecida, mas ainda não havia sido divulgada. Ela contradiz dois elementos da defesa de Donald Trump. Primeiro, que ele nunca esteve em posse de documentos secretos e, segundo, que ele tinha o poder de tirá-los do sigilo simplesmente levando-os consigo.


Por Redação, com CartaCapital - de Washington


Os problemas jurídicos do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump continuam. Trump foi acusado de manter documentos confidenciais em condições inseguras e de repassá-los a pessoas não autorizadas. O canal de notícias CNN divulgou uma gravação de áudio que faz parte do processo, acusando o ex-ocupante da Casa Branca.




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A existência dessa gravação era conhecida, mas ainda não havia sido divulgada. Ela contradiz dois elementos da defesa de Donald Trump

A cena se passa em 2021 na residência de verão de Donald Trump em Bedminster, Nova Jersey. Escuta-se o ex-presidente norte-americano discutindo com pessoas não autorizadas planos de ataque ao Irã fornecidos pelo Ministério da Defesa e, em particular, com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, general Mark Milley, que é acusado de pressioná-lo a intervir militarmente. Em seguida, ouve-se Trump virar as páginas dos planos, exibindo-os, embora tenha conhecimento de causa de que eram estritamente confidenciais.


– Ele disse que eu queria atacar o Irã – diz Donald Trump. “Veja, foi ele. Ele me apresentou isso. É confidencial, secreto. São informações secretas, veja só. Como presidente, eu poderia tê-las tirado do sigilo e agora não posso fazer… Isso é muito legal”, exclama.


A existência dessa gravação era conhecida, mas ainda não havia sido divulgada. Ela contradiz dois elementos da defesa de Donald Trump. Primeiro, que ele nunca esteve em posse de documentos secretos e, segundo, que ele tinha o poder de tirá-los do sigilo simplesmente levando-os consigo. Esse documento é parte integrante da acusação do Departamento de Justiça nas acusações mais graves contra Donald Trump até o momento.


Donald Trump foi indiciado novamente, mas desta vez pelo sistema judiciário federal, num processo, inédito para um ex-presidente norte-americano, com sete acusações no caso dos documentos confidenciais encontrados pelo FBI em sua casa em Mar-a-Lago, Flórida, incluindo retenção ilegal de segredos de Estado, obstrução da justiça e declarações falsas.



Caixas inteiras de documentos


Ele é acusado de ter mantido caixas inteiras de documentos, incluindo alguns classificados como “segredos de defesa”, após sua saída de Washington em 2021 e de ter se recusado a devolvê-los, violando a lei federal.


Donald Trump, que atualmente está bem à frente dos outros candidatos na pré-corrida eleitoral do partido republicano, sempre negou qualquer irregularidade e se descreve como vítima de “perseguição política”. “Nunca imaginei que fosse possível que algo assim acontecesse com um ex-presidente dos Estados Unidos“, afirmou denunciando “um dia negro” para o país.




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