Governo vende refinarias para pagar mais por derivados

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Publicado Quinta, 10 de Março de 2022 às 12:39, por: CdB

A gasolina na Bahia deverá ficar mais cara do que a do Rio de Janeiro, hoje o Estado com os maiores preços e o maior ICMS do país. Devido aos aumentos, a Bahia é o Estado com menor defasagem em relação aos preços internacionais. No porto de Aratu, a defasagem do diesel e da gasolina nesta terça-feira, 8, era de 16% e 11%, respectivamente.

Por Redação - do Rio de Janeiro
A gasolina produzida na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, vendida pela Petrobras ao fundo de investimento árabe Mubadala, já está custando 27,4% a mais do que a vendida pela estatal, segundo estimativas do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Este mês, o preço do produto na refinaria (que é menor que o preço na bomba, no qual incidem outros custos) passou de R$ 3,47 para R$ 4,12 o litro.
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A Refinaria Landulpho Alves (Rlam), no Recôncavo Baiano, foi vendida por uma fração de seu preço real
A diferença em relação ao valor do diesel S-10 é ainda maior, 28,2%, informou o OSP ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo. O preço subiu de R$ 3,61 para R$ 4,63 o litro. Os combustíveis comercializados pela refinaria baiana, privatizada em dezembro de 2021, foram reajustados no último sábado, o quinto aumento só neste ano. Mataripe tem hoje os combustíveis com os preços mais elevados do Brasil, em comparação com as refinarias da estatal.

Privatização

Segundo o levantamento, a gasolina na Bahia deverá ficar mais cara do que a do Rio de Janeiro, hoje o Estado com os maiores preços e o maior ICMS do país. Devido aos aumentos, a Bahia é o Estado com menor defasagem em relação aos preços internacionais. No porto de Aratu, a defasagem do diesel e da gasolina nesta terça-feira, 8, era de 16% e 11%, respectivamente. Já nos demais portos do País, a defasagem chega a 36% no caso do diesel e de 32% na gasolina. — Chegamos a um momento em que a população deve decidir se seguiremos com a agenda privatista ou se manteremos os ativos estatais da Petrobras. Se o processo de privatização do parque de refino da companhia continuar, isso que está acontecendo na Bahia se ampliará para o restante do Brasil — resumiu Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
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