Como vem afirmando o governador em exercício e secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Luiz Paulo Conde, as obras do Governo do Estado nas lagoas da Região dos Lagos vão revitalizar o turismo nessa região, além de recuperar a piscosidade delas, perdidas com a desenfreada poluição.
Em Araruama, o estado concentra sua maior obra ambiental com a dragagem e o alargamento do Canal do Itajuru e a construção da nova Ponte do Ambrósio que vão permitir a total recuperação da lagoa local.
A obra está avaliada em R$ 40 milhões. O canal vai ser alargado para 300 metros e a nova ponte terá 150 metros.
- Com isso, a lagoa vai salinizar, oxigenar e voltará a ter vida, o que será muito bom para o turismo - explicou Conde.
A dragagem vem sendo feita pela Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), órgão da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, e já devolveu à lagoa camarões, robalos e outras espécies que há 22 anos não eram registradas no local, como a pescadinha e a sardinha.
Segundo os pescadores da região, tanto a quantidade de tainha como a de camarão estão aumentando consideravelmente desde que começaram os serviços de dragagem do Canal do Itajuru.
Os pescadores de seis municípios banhados pela lagoa comemoram tanto os recordes na pesca em comparação com os últimos anos como as novas ocorrências.
Quando a dragagem e a nova ponte em São Pedro da Aldeia estiverem concluídas, a renovação da água da lagoa será seis vezes maior e a oferta de novas espécies também.
O Projeto de Revitalização da Lagoa de Araruama vai permitir, entre outras melhorias, uma redução no tempo de renovação das águas de 30 a 60 dias, o que significa um importante feito, já que atualmente o tempo de renovação completa de água na lagoa é de mais de 300 dias.
Segundo o presidente da Serla, Ícaro Moreno Júnior, o complexo lagunar de Araruama estará totalmente recuperado até o fim de 2006.
A Lagoa de Araruama, a maior do mundo em hipersalinidade permanente, sofria com o processo de assoreamento e passava por sérios riscos de desestabilização.
Um estudo hidrodinâmico feito pela Coppetec/UFRJ, em 2001, demonstrou a necessidade de dragagens corretivas para melhorar a circulação da água.
Se nada fosse feito, em 10 anos ou, no máximo, em 20 anos a lagoa poderia transformar-se em 11 pequenas lagunas.
Em Saquarema, a lagoa do município já está colhendo os resultados da intervenção do governo do estado feita na gestão de Anthony Garotinho.
Depois de dragar areias e outros detritos, a lagoa hoje está completamente recuperada beneficiando o turismo e a atividade pesqueira.
- Depois de praticamente desaparecida da região, a atividade voltou com força total - lembrou o governador em exercício.
O governo está investindo R$ 80 milhões no Programa Estadual de Recuperação de Rios e Lagoas, que engloba os complexos lacunares de Araruama, Maricá, Saquarema (já concluído), Niterói, Barra da Tijuca e Baixada de Jacarepaguá.
Conde também criticou a postura da Prefeitura do Rio em relação às obras de saneamento realizadas na Barra da Tijuca e Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
Segundo ele, os constantes embargos têm atrapalhado a condução de uma das mais importantes ações do estado.
- Qualquer prefeito estaria vibrando com uma obra deste tipo. Somente alguém sem espírito público lutaria tanto contra uma ação importantíssima como essa, que beneficiará cerca 600 mil pessoas. Mas, aos poucos, vamos conseguindo avançar - disse Conde, acrescentando que a obra está custando aos cofres estaduais R$ 400 milhões.
Como obras importantes do estado, Conde citou ainda a revitalização da Baía de Sepetiba.
- Estamos concluindo o projeto e temos recursos reservados para iniciar a obra nos próximos três meses - disse, lembrando que esta intervenção será de responsabilidade da Serla.