Governo reconhece: sem oposição fica difícil aprovar Previdência

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Publicado Terça, 11 de Novembro de 2003 às 18:43, por: CdB

O governo está inseguro para votar a reforma da previdência porque concluiu que pode contar com apenas 47 votos, dois a menos do que os 49 necessários para aprovar emendas constitucionais, ainda assim, contando com alguns votos do PSDB e do PFL.

Para ampliar este placar no Senado, líderes e vice-líderes de partidos da base governista se reuniram nesta terça-feira na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para ouvir a estratégia a ser cumprida para a votação das reformas.

A primeira providência é desvincular a reforma da previdência, que pode receber mais apoios da oposição, da reforma tributária, que é mais polêmica. Em seguida, todos foram orientados a tentar sensibilizar senadores de oposição a votarem a favor da reforma previdenciária, num verdadeiro corpo-a-corpo com os colegas.

Os governistas foram orientados ainda a rejeitar todos os destaques que venham a ser apresentados durante a votação da reforma da previdência pois, segundo o líder Aloízio Mercadante (PT-SP), as mudanças poderiam desfigurar a proposta de reforma da previdência.

Conforme o mapeamento dos votos feito no Senado, o governo pode contar com 47 votos, entre eles os dos pefelistas Roseana Sarney (MA), Edison Lobão (MA) e João Ribeiro (TO).

Um dos alvos são os senadores da Bahia, liderados pelo senador Antonio Carlos Magalhães, que está se declarando na oposição, segundo o governo, à espera de ver os pleitos da Bahia atendidos pelo Palácio do Planalto.

- É lamentável que 40 senadores da base governista não tenham sido atendidos em nada até agora - comentou o senador Fernando Bezerra (PTB-RN), durante a reunião.

A avaliação do governo é de que o PSDB poderá dar votos a favor da reforma da previdência, até para atender aos governadores do partido, mas, de início, fará "jogo duro". "O PSDB vota, mas antes quer levar o governo à loucura", comentou um senador.

A dificuldade do governo para aprovar a reforma tributária está nas defecções dentro da própria bancada. Nos cálculos do governo, por exemplo, pelo menos três peemedebistas - Sérgio Cabral (RJ), Mão Santa (PI) e Papaléo Paes (AP) - não votariam a favor de alguns pontos da reforma como a taxação dos inativos. Por isso, há a necessidade de buscar votos nos partidos de oposição.

Durante a reunião, avaliou-se que o governo poderá conseguir mais seis ou sete votos no PFL e no PSDB. Mas para colocar a matéria em votação, será preciso ter a segurança de sua aprovação. O líder Aloízio Mercadante orientou a bancada governista a permanecer em plenário na sessão vespertina para garantir a contagem do prazo para votação das duas reformas. E advertiu:

- Tem de votar logo a reforma da previdência pois, do contrário, empaca também a reforma tributária - disse, segundo o relato de um senador presente à reunião.

Já o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), opinou que o governo deveria desafiar a oposição e seguir com a matéria para votação, ainda que inseguro nos votos pois, acredita ele, senadores tucanos e pefelistas não iriam deixar a matéria ser rejeitada.

Na reunião ficou estabelecido, ainda, que daqui em diante o senador José Sarney, um interlocutor privilegiado do Palácio do Planalto, deverá ouvir as queixas dos senadores do PMDB.

- O Renan está cansado de ouvir e não ter resposta a dar - disse um senador, observando que a expectativa se dá em torno do ministério para peemedebistas, que ainda não foi definido.

O senador Aloízio Mercadante disse que o governo passará a defender a Desvinculação de Receitas dos Estados, a chamada DRE, como forma de permitir aos estados utilizarem recursos da saúde e educação em projetos de segurança pública.

Segundo sua explicação aos senadores, muitos governadores estão se queixando da falta de recursos para combater a violência e, em alguns casos, sobram recursos para a saúde e a educação, que têm vinculação orçamentária.

O governo está disposto, ainda, na re

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