O governo federal não vai interferir nas negociações para acabar com a greve dos bancários que já dura dez dias. Segundo os líderes sindicais que esteviram reunidos nesta sexta-feira com o ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, o governo só acompanhará as negociações.
O presidente da Confederação Nacional dos Bancários, Vagner Freitas, informou que o ministro Berzoini se propôs apenas a acompanhar o processo de negociação. "O ministro não se recusou a fazer nenhuma intermediação. O que o ministro colocou é que em uma sociedade democrática o setor patronal e dos trabalhadores. O Estado pode acompanhar, mas não vai estatizar a negociação", disse o dirigente sindical.
O comando de greve saiu da reunião convencido de que a greve continua com maior intensidade se não houver um recuo dos bancos. "A greve é tão forte no setor privado quanto no público. A nossa proposta para terminar essa greve é que se alcance uma solução única para os dois setores. Estamos em uma campanha unificada em todo o país", salientou Freitas.
Segundo os grevistas, 230 mil bancários de um total de 400 mil trabalhadores em todo o país estão parados em 130 cidades do interior e 24 capitais. Na última rodada de negociação, realizada no dia 8 de setembro, o impasse entre servidores e banqueiros foi criado em virtude do índice de reajuste salarial de 8,5% até 12,77% apresentado pelos bancos.
Os servidores no entanto reivindicam um reajuste de 25% mais participação nos lucros. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Luiz Cláudio Marcolino, os bancos não querem negociar com os grevistas. "Os bancos estão radicalizando no processo da greve, não querendo negociar com o movimento sindical. O processo de greve da categoria, por isso, vem se intesificando a cada dia", analisou Marcolino.
Os grevistas entregaram uma carta ao ministro Ricardo Berzoini, na qual denunciam que os bancos não estão respeitando o direito de greve. Na carta os bancários relatam o uso da força policial nas manifestações que estão sendo realizadas em frente às agência bancárias.
Participaram da reunião com o ministro Ricardo Berzoini o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Luiz Cláudio Marcolino, o presidente da Confederação Nacional dos Bancários da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a secretária-executiva da Federação dos Bancários de Curitiba, Marisa Stédile, o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Dirceu Travesso e o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jacy Afonso de Mello.
Rio de Janeiro, Sábado, 04 de Maio de 2024
Governo não vai interferir na greve dos bancários, diz Berzoini
Arquivado em:
Publicado Sábado, 25 de Setembro de 2004 às 06:01, por: CdB
Edição digital