Governo cede à pressão do Congresso e retira MP que reonera setores

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Publicado Quarta, 28 de Fevereiro de 2024 às 19:06, por: CdB

Dessa forma, esses setores ficam isentos do pagamento de impostos, por enquanto, até que o assunto seja resolvido por meio da tramitação de um projeto de lei de urgência, que ainda será enviado pelo governo federal.


Por Redação - de Brasília

A medida assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na véspera, que exclui a reoneração gradual de impostos para 17 setores econômicos que constava na Medida Provisória (MP) 1202, editada no final do ano passado, é mais um empecilho ao déficit zero buscado pela equipe econômica, no Orçamento da União.

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A Câmara garantiu a desoneração da folha de pagamentos de setores inteiros da economia


Dessa forma, esses setores ficam isentos do pagamento de impostos, por enquanto, até que o assunto seja resolvido por meio da tramitação de um projeto de lei de urgência, que ainda será enviado pelo governo federal.

A decisão de Lula era aguardada e foi fruto de um acordo feito com lideranças do Congresso, fechado ainda na semana passada. O anúncio da revogação foi feito pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo ele, o texto já foi despachado pelo presidente e está publicado na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União (D.O.U).

A prorrogação da isenção de impostos foi aprovada no Parlamento em 2023, por mais quatro anos, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a medida.

 

Nova MP


Em seguida, o Congresso derrubou o veto presidencial. Mesmo assim, uma nova MP foi editada pelo presidente, já em dezembro, reonerando os mesmos setores, mas de forma gradual até 2027, e incluindo outras medidas para melhorar a arrecadação, como a revogação dos benefícios fiscais do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e a limitação no percentual para compensação tributária por decisões judiciais passadas. A revogação do Perse e a compensação por decisões judiciais permanecem na MP, mantendo-se em vigor até que o Congresso aprove ou não a medida.

— A retirada, da Medida Provisória, do ponto específico sobre reoneração dos setores econômicos, (…) vai para um projeto de lei em regime de urgência. Vai permitir que a gente possa continuar tratando, no âmbito da MP, os pontos relacionados ao Perse, programa criado na época da pandemia, que já acabou, para os setores eventos, que começa a gerar um impacto muito grande na saúde das contas públicas. E também o tema da compensação tributária, que continua — afirmou Padilha, em vídeo publicado nas redes sociais.

 

Benefício


Diferentemente da MP, que tem efeito imediato e, por isso, a cobrança dos tributos sobre a folha já retornaria em abril, o projeto de lei, mesmo com urgência, precisa de aprovação prévia e sanção presidencial para começar a valer, e o prazo para isso é incerto.

A edição de uma reoneração gradual dos mesmos setores que haviam tido o benefício prorrogado pelo Congresso gerou um conflito entre legisladores e o governo federal.

Parlamentares de oposição exigiam que o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolvesse a MP sem nem analisá-la, por entender que o Congresso já havia decidido sobre o tema. No entanto, durante as negociações que se arrastaram ao longo das últimas semanas, o próprio governo recuou prometendo retirar os trechos que causavam o impasse.

Um outro ponto que constava na MP era a reoneração da folha de pagamento de municípios com menos de 156 mil habitantes, que também foi revogada por Lula no texto que será publicado no DOU. Neste caso, o governo não informou quando e se enviará um projeto de lei para retomar a cobrança tributária.

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