Secretário-geral da ONU
minimiza Genebra ?
Os funcionários se perguntam e os próprios jornalistas ali credenciados: será que Genebra corre o risco de perder a importância como sede européia da ONU?
A razão decorre da quase inexistência de Genebra, na agenca do novo secretário-geral, o sul-coreano Ban Ki-moon. Nada a ver com o ex-secretário-geral Kofi Annan, que havia estudado na Suíça e que começara em Genebra sua carreira na ONU, mantendo com a Suíça forte vínculos, pois um de seus filhos tem sua vida esportiva entre os suíços.
Uma grande decepção para as missões diplomáticas em Genebra foi a ausência de Ban Ki-Moon na abertura da interminável Conferência da ONU sobre o desarmamento, preferindo viajar para a África. Ora, pelo visto, a tendência do novo secretário é a de considerar Genebra como uma simples capital européia, esquecendo-se que nela se encontra o antigo prédio da precursora Sociedade das Nações.
Esse comportamento que desagrada aos meios diplomáticos de Genebra, temerosos de uma perda de importância política da cidade, se ajunta à primeira crítica contra o novo secretário da ONU, da Anistia Internacional, por não ter se pronunciado contra a pena de morte aplicada ao ex-presidente do Iraque Sadam Hussein. A ausencia de Ki-moon é também negativa para o recém-remodelado Conselho de Direitos Humanos, criticado pela imprensa americana de Nova Iorque, onde fica a sede principal da ONU.
Faz alguns anos, a Suíça temia uma desintegração de Genebra como sede das organizações internacionais ligada à ONU, e esse receio poderá retornar. Mesmo porque o novo secretário-geral não foi também a Davos, onde ira sempre seu antecessor, e sua primeira viagem à Euripa foi para Bruxelas.
Em todo caso, a sede de Genebra da ONU emprega mais de 1600 pessoas e nela se realizam mais de 8 mil reuniões internacionais por ano.