Festival Madureira abre mês da Consciência Negra

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Publicado Sexta, 04 de Novembro de 2022 às 08:48, por: CdB

O festival é produzido 100% por artistas locais que se uniram em uma rede e estão trabalhando para transformar Madureira em um circuito turístico da Zona Norte, um circuito afro, informou o produtor Marcos André Carvalho.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

A primeira edição do Festival Madureira abriu nesta sexta-feira as comemorações do mês da Consciência Negra no Rio de Janeiro. Serão três dias de música na quadra da Escola de Samba Império Serrano, a preços populares, no valor de R$ 10 no local e de R$ 12,50 pelo Sympla.

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Serão três dias de música na quadra da Império Serrano

O festival começa às 19h. Neste sábado e domingo, as atrações serão a partir das 15h. A iniciativa é dos agentes culturais locais da Rede Madureira, com patrocínio da Secretaria de Cultura Municipal do Rio de Janeiro, Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) e concessionária RioGaleão. A classificação etária é livre.

O festival é produzido 100% por artistas locais que se uniram em uma rede e estão trabalhando para transformar Madureira em um circuito turístico da Zona Norte, um circuito afro, informou à Agência Brasil o produtor Marcos André Carvalho.

– O turismo fica muito concentrado na Zona Sul e centro e Madureira é um bairro negro, de turismo étnico, com muito potencial. Mas o turismo não chega lá – observou.

Ele disse que o objetivo é ter um festival “feito de baixo para cima, nós por nós”. Todos os produtores são do bairro e negros, e a programação é totalmente de artistas locais “para ser uma plataforma de visibilidade também para esses artistas”.

Programa

A programação começou nesta sexta-feira com o renascimento do  concurso Noite da Beleza Negra e homenagem ao bloco afro mais antigo do Rio, o Agbara Dudu, que está completando 40 anos de existência.

A Noite da Beleza Negra nasceu na quadra da escola de samba Império Serrano e não acontecia há mais de duas décadas. O concurso elege não só o rei e a rainha da beleza negra em termos estéticos, mas também na parte da elegância e coreografia, entre outros critérios, afirmou Marcos André.

Está prevista também apresentação da Bateria da Escola de Samba da Portela. Fechando a noite, o público assistirá a um show da compositora e cantora Leci Brandão, nascida em Madureira, numa grande celebração afro suburbana em homenagem aos tambores e à música preta carioca.

Neste sábado, a partir das 15h, haverá a Feira Crespa, envolvendo empreendedoras negras que oferecerão ao público seus produtos em barracas de moda, gastronomia e artesanato. Em seguida, haverá a roda de samba Quintal da Magia, que vem arrastando multidões para as ruas do subúrbio carioca com muito tambor e pontos de macumba, reunindo entre cinco mil e seis mil pessoas por edição. A noite promete ser de emoção, com uma homenagem a Arlindo Cruz feita por seu filho Arlindinho, na sede da Império Serrano que, este ano, retornou ao Grupo Especial, justamente com o enredo sobre o mestre Arlindo.

Crianças

A programação prevê ainda apresentação de crianças das escolas de samba mirins da Império Serrano e da Portela, que são Império do Futuro e Águias do Amanhã, representantes do futuro do samba carioca.

No domingo começará a Feira Crespa, às 15h, seguida da Roda de Samba do Quintal da Portela, liderada por membros da velha guarda da azul e branco, que promete repetir o sucesso que essa roda vem tendo aos sábados na Quadra da Portela. Uma atração também aguardada é a Roda de Jongo do Morro da Serrinha, com a Companhia de Aruanda, formada por pessoas que praticam o jongo, considerado o pai do samba do Rio.

A Companhia de Aruanda ficou famosa por realizar, há 15 anos, sua roda todos os meses debaixo do Viaduto de Madureira, formando milhares de novos jongueiros.

O encerramento do festival ficará a cargo do Grupo Awurê, criado em 2018 em Madureira, que canta sambas em homenagem aos orixás e entidades da umbanda e tem feito sucesso.

Calendário

Um piloto do festival foi realizado em maio, coincidindo com o aniversário de Madureira. Marcos André adiantou, porém, que a ideia é promover o festival duas vezes por ano.

– A ideia, realmente, é demonstrar esse circuito turístico, que reúne uma série de pontos turísticos, como as escolas de samba Portela e Império Serrano, o Mercadão de Madureira, de onde sai o cortejo da tradicional festa de Yemanjá, e o Baile Charme do Viaduto. A gente quer que a Riotur e a prefeitura incluam Madureira no circuito turístico da cidade, porque há muito interesse no turismo étnico – disse Marcos. Ele acredita que o turismo poderá gerar renda para os grupos que participam do festival.

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