Farc: Presos políticos estão há 6 dias em greve de fome

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Publicado Segunda, 26 de Março de 2012 às 10:36, por: CdB

Um grupo de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) detidos em diversas prisões está em greve de fome há seis dias para exigir que o governo permita a visita humanitária do movimento Colombianos e Colombianas pela Paz e do grupo internacional de mulheres, além do reconhecimento da existência de presos políticos no país.
De acordo com o porta-voz do movimento, Miguel Gutiérrez, a medida está sendo adotada em cerca de 17 prisões da Colômbia, onde se encontram aproximadamente 8 mil insurgentes.
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As Farc anunciaram a libertação unilateral dos últimos presos de guerra mantidos em poder da guerrilha. O anúncio foi feito em comunicado datado do dia 16 de março. O processo de libertação, que terá intermediação do Brasil, deverá ser iniciado nos próximos dias 2 e 4 de abril.
No último dia 18 de março, no entanto, o presidente colombiano Juan Manuel Santos, por meio do ministro da Justiça, Juan Carlos Esguerra, anunciou que não permitirá a visita de grupos humanitários às prisões onde há guerrilheiros detidos.

O processo tem ficado tenso. Nesta segunda-feira (25), o governo confirmou a morte de pelo menos 32 guerrilheiros após um ataque militar na zona rural do departamento de Meta. No último dia 21, Santos anunciou a morte de outros 33 combatentes.

Os guerrilheiros presos, em comunicado, questionam: “como pode o governo pretender falar em paz e reconciliação nacional quando se nega a existência de presos políticos e de prisioneiros de guerra, sendo que somos, na realidade, parte deste conflito social e armado que padece a pátria?”

“Se o governo está convencido a buscar uma saída dialogada para o conflito, deve fazer um gesto recíproco que anime as partes a continuar apostando nesta iniciativa. Uma deve ser reconhecer o conflito social e armado e ao mesmo tempo a existência de presos políticos e prisioneiros de guerra, e permitir a proposta do Colombianos e Colombianas pela Paz.

O grupo pede que os movimentos e organizações sociais da Colômbia “que nos acompanhem neste justo pedido e ao mesmo tempo, convidamos a abrir um espaço de discussão sobre o crime político” no país.

Eles reiteram que é “contraditório que um governo que se ufana de ser democrático negue tal verificação, o que deixa claro que escondem ou temem algo”.

Os manifestantes lembram que “a norma internacional reconhece o sagrado direito à rebelião que tem os povos a pegarem em armas contra os governos tirânicos e despóticos. A insurgência colombiana vem dando passos importantes na possibilidade de encontrar uma solução política dialogada para a guerra”.

“Nós, presos políticos não somos nem delinqüentes, nem terroristas. Somos lutadores do povo”. Desta maneira termina o comunicado.

Da Redação,
Vanessa Silva

 

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