Familares de vítimas do acidente com avião da Gol recebem relatório

As famílias das vítimas do acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, em 29 de setembro, receberam nesta quinta-feira o relatório preliminar da Aeronáutica. O documento que foi entregue pelo coronel Rufino Antônio Ferreira, que comanda as investigações pela Aeronáutica não satisfez os familiares dos 154 mortos. Para Jorge André Cavalcanti, tio de uma das vítimas, o relatório esclarece algumas dúvidas, mas não responde a todas as perguntas.

- Nós nunca estaremos satisfeitos porque temos que dar satisfação a todos os familiares. A luta é longa, mas não vamos parar nunca -, disse.

Segundo o relatório, o avião da Gol percorreu cerca de seis quilômetros em pouco mais de um minuto até o solo após o choque com o jato Legacy. Para a Aeronáutica, o Boeing da Gol desintegrou-se logo após a colisão e, provavelmente, os passageiros perderam a consciência antes do fim da queda.

- A nossa maior agonia é saber como nossos parentes morreram. É perder e saber que morreram sofrendo. Mas pelo o que diz o relatório, o avião girou e a queda foi rápida. As pessoas não sofreram -, afirmou Cavalcanti.

Segundo ele, os parentes pediram ao coronel Rufino para que os representantes das vítimas possam acompanhar as investigações, que devem durar dez meses.

- Ficamos de definir um agendamento, se esse acompanhamento, por exemplo, será de 15 ou 30 dias -, explicou.

Calvancati disse ainda que elaborou algumas perguntas para entregar à Aeronáutica. Entre as indagações, os parentes querem saber se há algum monitoramento de vídeo dos controladores de vôo. E pediu também uma "colaboração" dos controladores envolvidos nos vôos do Legacy e do avião da Gol.