Experiência com filtros naturais revive córrego pernambucano

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Publicado Domingo, 26 de Março de 2023 às 14:06, por: CdB

O projeto dos jardins filtrantes foi implantado pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), uma organização social de inovação, sem fins lucrativos. A execução foi possível devido à cooperação internacional com a CITInova, coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).


Por Redação, com ABr - do Recife

As águas do riacho do Cavouco, que nascem dentro da Universidade Federal de Pernambuco e desaguam no rio Capibaribe, na capital pernambucana, têm passado por um processo de despoluição por jardins filtrantes. A tecnologia sustentável usa plantas aquáticas nativas e tanques de pedras para filtragem de aproximadamente 360 mil litros de água por dia. Ao todo, a obra ocupa 7 mil metros quadrados (m²), em um trecho deste afluente, que corta o Parque do Caiara, na Iputinga, Zona Oeste da capital.

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O pequeno riacho na Grande Recife tem as águas despoluídas por plantas e filtros de pedras


O projeto dos jardins filtrantes foi implantado pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), uma organização social de inovação, sem fins lucrativos. A execução foi possível devido à cooperação internacional com a CITInova, coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A pasta trabalha para que o modelo dos jardins filtrantes seja reproduzido em outras cidades brasileiras.

O custo da ação foi de U$$ 1,4 milhão, aproximadamente R$ 7 milhões, financiados pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) e mantido com doações de países industrializados e apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Parceiros


A diretora da Agência Aries e coordenadora dos projetos do CITInova, Mariana Fontes, disse à agência brasileira de notícias ABr que “foi muito importante ter o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com a gente para testar tecnologias novas e manter o foco na inovação, sabendo que as cidades precisam de inovação”. 

— É muito dinâmico. A troca entre os parceiros do CITInova também foi muito positiva, como com o Distrito Federal, que tinha experiência em gestão ambiental — afirmou.

No próximo dia 31, a prefeitura do Recife – que trabalhou em parceria com a Aries neste projeto-piloto – vai assumir a operação total dos jardins filtrantes do Parque do Caiara. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) fará a manutenção da filtragem e do paisagismo dos jardins.

— Estamos ensinando a operação do sistema para que a prefeitura dê continuidade e para que o parque tenha sobrevida após o encerramento da nossa participação no projeto-piloto — prevê Mariana Pontes.

Iluminação


A secretária Municipal de Infraestrutura do Recife, Marília Dantas, por sua vez, cita os ganhos da iniciativa que despolui o riacho.

— Não há geração de lodo, nem uso de produtos químicos, e é baixo o consumo de energia (elétrica) e carbono positivo — afirmou. A prefeitura vai estudar o caso para avaliar a ampliação do projeto na cidade.

Por ora, a Emlurb já investiu R$ 500 mil na instalação de iluminação pública no local para atrair os visitantes ao parque público. Marília Dantas exalta os jardins filtrantes que, segundo ela, também têm efeito pedagógico para população.

— A prefeitura entende que a implantação desse sistema traz uma mensagem de conscientização ambiental porque, se bem mantido, provoca uma relação maior das pessoas com a natureza. Entende-se que é levada essa mensagem de cuidado com o meio ambiente — resumiu.

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