Ex-presidente da Catalunha deixa prisão na Itália

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Publicado Sexta, 24 de Setembro de 2021 às 10:55, por: CdB

Segundo a magistrada Plinia Azzena, da Corte de Apelação de Sassari, a detenção do líder separatista não foi ilegal, como alega a defesa, mas ainda assim "não há motivo" para aplicar a prisão preventiva neste caso.

Por Redação, com ANSA - de Roma

Uma juíza italiana determinou nesta sexta-feira a libertação do ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont, que havia sido preso na ilha da Sardenha na última quinta.
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Carles Puigdemont é deputado do Parlamento Europeu
Segundo a magistrada Plinia Azzena, da Corte de Apelação de Sassari, a detenção do líder separatista não foi ilegal, como alega a defesa, mas ainda assim "não há motivo" para aplicar a prisão preventiva neste caso. No entanto, Puigdemont deve comparecer a Sassari no próximo dia 4 de outubro, data da primeira audiência sobre sua extradição. Inicialmente, havia sido divulgado que o político não poderia sair da Sardenha até a conclusão do processo, mas o mandado de soltura não inclui nenhuma medida cautelar. Ou seja, Puigdemont poderá ir embora da Itália livremente. O ex-presidente da Catalunha havia sido preso logo após desembarcar no aeroporto de Alghero, onde ele participa de um evento cultural neste fim de semana, o município de 40 mil habitantes tem uma importante herança cultural catalã e é apelidado de "Barcelona sarda". A prisão ocorreu em função de um mandado de captura internacional emitido pelo Tribunal Supremo da Espanha, que quer processar Puigdemont por sedição e apropriação indébita por conta do plebiscito separatista de outubro de 2017. Organizada pelo então presidente da Catalunha, a consulta popular culminou em uma declaração unilateral de independência, mas foi considerada ilegítima pelo governo da Espanha, que destituiu a administração local e assumiu o controle da comunidade autônoma.

Alemanha

Em seguida, Puigdemont passou a viver em autoexílio e chegou a ser preso na Alemanha em 2018, mas conseguiu evitar a extradição pelo fato de a Justiça local não ter considerado o crime de sedição no pedido feito pela Espanha. O ex-presidente catalão é hoje deputado do Parlamento Europeu, mas teve sua imunidade revogada em março passado. Sua prisão havia provocado críticas na Itália, tanto de partidos de esquerda quanto de direita. O líder ultranacionalista Matteo Salvini, por exemplo, disse que o país não podia se prestar a "vinganças pedidas por outras nações", enquanto o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, afirmou que a polícia infringiu o "direito de livre circulação" de um eurodeputado.
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