Ex-presidente da África do Sul Frederik de Klerk morre aos 85 anos

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Publicado Quinta, 11 de Novembro de 2021 às 08:30, por: CdB

 

Com o isolamento da África do Sul e a deterioração de sua economia, antes sólida, de Klerk, que tinha sido eleito presidente apenas cinco meses antes, anunciou no mesmo discurso a liberação do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros grupos políticos antiapartheid.

Por Redação, com ABr - de Joanesburgo

O ex-presidente da África do Sul Frederik de Klerk, que libertou da prisão o ex-presidente Nelson Mandela, líder do movimento contra o apartheid, morreu nesta quinta-feira, aos 85 anos, de câncer de pulmão, em sua casa na Cidade do Cabo.  A informação foi divulgada pela Fundação FW Klerk. Ele dividiu com Mandela o Prêmio Nobel da Paz de 1993 pela luta contra a segregação racial no país.
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Morre o ex-presidente da África do Sul Frederik de Klerk
Em discurso feito no Parlamento da África do Sul, em 2 de fevereiro de 1990, de Klerk anunciou que aquele que viria a ser o primeiro presidente negro do país, Nelson Mandela, seria libertado da prisão após 27 anos de cativeiro. O anúncio agitou a nação, que durante décadas era desprezada e recebia sanções de grande parte da comunidade internacional pelo brutal sistema de discriminação racial conhecido como apartheid. Com o isolamento da África do Sul e a deterioração de sua economia, antes sólida, de Klerk, que tinha sido eleito presidente apenas cinco meses antes, anunciou no mesmo discurso a liberação do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros grupos políticos antiapartheid. Vários membros do Parlamento abandonaram nesse dia a câmara enquanto o presidente discursava.

Primeiro presidente negro do país

Nove dias mais tarde, Mandela foi libertado e quatro anos depois seria eleito o primeiro presidente negro do país, como resultado de os negros terem pela primeira vez exercido o direito de voto. De Klerk e Mandela receberam o Nobel da Paz em 1993 pela sua cooperação, muitas vezes intensa, no processo de afastamento da África do Sul do racismo institucionalizado e em direção à democracia Fator-chave na transição do país para a democracia, de Klerk chefiou o governo de minoria branca na África do Sul até 1994, quando o partido do Congresso Nacional Africano, de Nelson Mandela, assumiu o poder. Apesar de ter dividido o prêmio com Mandela, Frederik de Klerk foi criticado pela comunidade negra por sua incapacidade de conter a violência política nos anos turbulentos que antecederam as eleições de 1994. Muitos afrikaners brancos de direita, descendentes dos colonos holandeses e franceses que há muito governavam o país, viram-no como um traidor de suas causas de nacionalismo e supremacia branca.
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