Presidente da Bolívia, Evo Morales afirmou ao programa de televisão da BBC Newsnight, exibido na noite desta terça-feira, que recebeu informações sobre empresas multinacionais que estariam financiando uma campanha para desestabilizar seu governo.
- Estão colocando dois milhões de dólares em uma campanha para boicotar meu governo - disse.
Evo tomou posse em janeiro como o primeiro presidente indígena da Bolívia. Ele não deu detalhes das empresas que estariam envolvidas, nem sobre a natureza da campanha. Desde que chegou ao poder, ele vem dizendo que pretende nacionalizar parcialmente a indústria energética boliviana, mas essa posição o coloca em conflito com a maioria das empresas estrangeiras do setor que estão no país.
O presidente boliviano também afirmou na entrevista que a Assembléia Constituinte convocada para julho será um instrumento para conferir mais autonomia para as populações indígenas do país e que está "bem impressionado" com o contato com representantes do Banco Mundial. Alertou, porém, que tanto a instituição como o FMI não deveriam tentar impor "idéias alienígenas" à Bolívia.