EUA questionam Facebook sobre os planos de criptomoeda libra

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Publicado Terça, 16 de Julho de 2019 às 08:26, por: CdB

Críticos expressaram indignação de que a empresa tenha chegado tão longe em seus planos para um projeto potencialmente inovador.

Por Redação, com Reuters - de Washington/Nova York

Parlamentares norte-americanos questionaram o Facebook nesta terça-feira sobre os planos da empresa de lançar uma criptomoeda, enquanto o projeto continua a ser intensamente examinado pelos reguladores financeiros e políticos de países ao redor do globo.
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Senado dos EUA questionará Facebook sobre os planos de criptomoeda libra
O Facebook está em uma ação defensiva para ter Washington do seu lado, depois que chocou reguladores e parlamentares com um anúncio em 18 de junho de que planejava lançar uma nova moeda digital chamada libra em 2020. Desde então, enfrentou uma enxurrada de críticas de políticos e agências financeiras no país e no exterior, que temem que a adoção generalizada da moeda digital pelos 2,38 bilhões de usuários da gigante de mídia social possa bagunçar o sistema financeiro.

Críticos

Críticos expressaram indignação de que a empresa tenha chegado tão longe em seus planos para um projeto potencialmente inovador sem uma ampla contribuição dos formuladores de políticas, especialmente quando ela já está em evidência sobre questões de privacidade. O Comitê Bancário do Senado questionará David Marcus, o principal executivo da empresa que supervisiona o projeto, sobre questões que vão desde como a libra pode afetar a política monetária global até como os dados dos clientes serão tratados. Marcus, que foi presidente do PayPal de 2012 a 2014, tentará acalmar as preocupações prometendo que o Facebook não começará a oferecer a libra até que as questões regulatórias sejam abordadas, de acordo com o testemunho preparado pelo comitê publicado na segunda-feira.
Marcus deve receber uma recepção fria dos parlamentares democratas que já acreditam que a empresa é muito grande e descuidada com os dados do consumidor. Ele também deve enfrentar ceticismo dos republicanos depois que o presidente Donald Trump e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, também expressaram preocupações. – Eles vão ter que nos convencer de que possuem padrões muito altos antes de terem acesso ao sistema financeiro dos EUA – disse Mnuchin na segunda-feira.

Salvaguardas contra uso ilícito da libra

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, disse na segunda-feira que o Departamento do Tesouro tem sérias preocupações de que a criptomoeda libra proposta pelo Facebook possa ser mal utilizada para lavagem de dinheiro, aumentando o crescente ceticismo regulatório em relação aos planos de ativos digitais da empresa. Mnuchin também disse que a agência advertiu o Facebook de que a companhia deve estabelecer garantias adequadas contra o uso ilícito, como lavagem de dinheiro, da moeda. – O Tesouro tem sido muito claro com o Facebook ... e para outros provedores de serviços financeiros digitais que devem implementar as mesmas salvaguardas contra a lavagem de dinheiro para combater o financiamento do terrorismo como fazem as instituições financeiras tradicionais – disse Mnuchin.

Google

A principal autoridade de assuntos governamentais do Google disse na segunda-feira que o mecanismo de busca não discrimina pontos de vista conservadores e que vai reiterar isso para um painel do Senado norte-americano nesta terça-feira. Karan Bhatia, vice-presidente de assuntos governamentais globais e políticas públicas da Alphabet e ex-funcionário do presidente republicano George W. Bush, disse em um nesta segunda-feira no site da Fox News que vai dizer aos senadores que “os produtos do Google não são politicamente tendenciosos.” Ele adicionou que a empresa “se esforça extraordinariamente para construir produtos e aplicar políticas de maneira que as inclinações políticas não sejam levadas em conta”.

Pesquisas

Para gerenciar bilhões de pesquisas de centenas de bilhões de páginas da web “confiamos em uma abordagem algorítmica e implementamos testes e avaliações rigorosas de usuários antes de fazermos qualquer alteração em nossos algoritmos”, disse Bhatia. O presidente dos EUA, Donald Trump, e alguns republicanos no Congresso acusaram o Google e outras grandes empresas de tecnologia de serem tendenciosas contra os conservadores, mas não ofereceram evidências para apoiar o argumento. O Senador Ted Cruz, que preside o subcomitê Judiciário do Senado que realizará uma audiência na terça-feira com o Google, disse em abril em uma audiência similar com Facebook e o Twitter que muitos americanos acreditam que empresas grandes de tecnologia são tendenciosas contra os conservadores.
– Se temos empresas de tecnologia usando os poderes do monopólio para censurar o discurso político, acho que isso levanta questões reais de antitruste – disse Cruz. Facebook, Twitter e Google negaram repetidamente que suas plataformas sejam politicamente tendenciosas.
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