EUA alegam que China usa tecnologia hipersônica em mísseis nucleares

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Publicado Segunda, 22 de Novembro de 2021 às 11:05, por: CdB

Especialistas militares estão analisando os dados do teste “para tentar entender como a China dominou essa tecnologia”, diz o texto.” Eles também discutem o objetivo do projétil, que foi disparado pelo veículo hipersônico sem um alvo claro e caiu na água”, continuou.

Por Redação, com FT - de Londres “Um dos testes de armas hipersônicas que a China fez em julho incluiu um avanço tecnológico que permitiu que o país disparasse um míssil ao se aproximar do alvo viajando a pelo menos cinco vezes a velocidade do som, capacidade que nenhuma nação havia demonstrado até hoje”, publicou o diário econômico britânico Financial Times, nesta segunda-feira.
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Lançador de foguetes Longa Marcha decola do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste da China
De acordo com o jornal ultraconservador, “cientistas do Pentágono foram pegos de surpresa pela conquista chinesa, que permitiu que o veículo hipersônico deslizante, uma espaçonave manobrável capaz de transportar uma ogiva nuclear, disparasse outro míssil em pleno voo sobre o Mar do Sul da China, segundo pessoas informadas sobre esses fatos”. “Especialistas do Darpa, a agência de pesquisas avançadas do Pentágono, continuam sem saber como a China superou as restrições da física ao disparar contramedidas —sistemas utilizados para evitar que armas com sensores ativos possam detectar e destruir um alvo— de um veículo que se movia em velocidade hipersônica, de acordo com pessoas informadas dos detalhes da demonstração”, acrescenta o FT.

Evidência

Especialistas militares estão analisando os dados do teste “para tentar entender como a China dominou essa tecnologia”, diz o texto.” Eles também discutem o objetivo do projétil, que foi disparado pelo veículo hipersônico sem um alvo claro e caiu na água”, continuou. “Alguns especialistas do Pentágono dizem acreditar que o projétil era um míssil ar-ar —disparado de uma aeronave contra outra aeronave. Outros acham que foi uma contramedida para destruir sistemas de defesa de mísseis, para que estes não possam interceptar a arma hipersônica em tempos de guerra. “A Rússia e os Estados Unidos tentam fabricar armas hipersônicas há anos, mas especialistas dizem que o disparo de contramedidas é a última evidência de que os esforços da China estão significativamente mais avançados que os do Kremlin ou os do Pentágono. A Casa Branca não quis comentar a contramedida, mas disse que continua preocupada com o teste de 27 de julho”, relata o Financial Times. — Esse desenvolvimento é preocupante para nós, assim como deveria ser para todos os que buscam a paz e a estabilidade na região e além dela. Isso também aumenta nossa preocupação quanto às capacidades militares que a China continua buscando — disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional ao FT.

Bombardeio

O Conselho de Segurança Nacional acrescentou que os EUA "continuarão mantendo a capacidade de se defender e dissuadir uma série de ameaças" chinesas. Autoridades do Pentágono têm sido cada vez mais claras sobre suas preocupações em relação ao teste chinês.  “O veículo deslizante hipersônico foi projetado no espaço em um foguete de ‘sistema de bombardeio orbital’ capaz de voar sobre o polo Sul, colocando a arma fora do alcance dos sistemas de defesa de mísseis dos EUA, focados em ameaças de mísseis balísticos vindos sobre o polo Norte”, explica. O sistema de bombardeio orbital dá à China “novas maneiras de atingir alvos norte-americanos”, presume o diário britânico. Moscou chegou a utilizar um sistema chamado "sistema de bombardeio orbital fracionário" durante a Guerra Fria, mas era menos avançado e não carregava um veículo deslizante hipersônico manobrável.

Veículo

A embaixada chinesa em Londres disse ao diário que "não está ciente" do teste do míssil. — Não estamos nem um pouco interessados em ter uma corrida armamentista com outros países. Os EUA nos últimos anos têm inventado desculpas como a 'ameaça chinesa' para justificar sua expansão armamentista e o desenvolvimento de armas hipersônicas — afirmou Liu Pengyu, porta-voz da embaixada. Pequim negou o que dizia a primeira reportagem do FT sobre teste de arma hipersônica, dizendo que foi na verdade um teste de um veículo espacial reutilizável. O teste desse veículo espacial no entanto, segundo o jornal, ocorreu 11 dias antes do teste da arma hipersônica, segundo fontes citadas, que também relataram outro teste de arma hipersônica, na China, em 13 de agosto. O general David Thompson, vice-chefe de operações espaciais da Força Espacial dos EUA, disse que o país "não está tão avançado" quanto a China ou a Rússia em armas hipersônicas. — Temos que alcançá-los muito rapidamente. Os chineses têm um programa hipersônico incrivelmente agressivo há vários anos — resumiu Thompson, ao Fórum de Segurança Internacional de Halifax no último sábado.
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