O preço do etanol hidratado pago ao produtor nas usinas caiu em média 16,7% nas últimas cinco semanas em São Paulo, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). Porém, o mesmo estudo mostra que o impacto nas bombas foi de apenas 1%, já incluindo os impostos.
O recuo mais acentuado observado no preço do etanol hidratado foi no Paraná (-3,3%), o equivalente a R$ 0,06. Já a maior alta, registrada no Acre, foi de 19,7%, ou R$ 0,42.
O levantamento foi feito a partir de dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, uma das explicações para o fato é que enquanto houve queda de preços nas usinas, as margens praticadas pelos demais integrantes da cadeia de distribuição e comercialização foram ampliadas.
– Enquanto o preço recebido pelo produtor caiu cerca de R$ 0,24 por litro em São Paulo ao longo de cinco semanas, o que se viu na bomba foi um recuo de apenas R$ 0,02 por litro.
Padua ressalta que a demora do repasse dos preços mais baixos é prejudicial ao bolso do consumidor, pois penaliza a competitividade do etanol em relação à gasolina.
– Em dezembro, quando o etanol era vendido a preços comparáveis aos atuais nas usinas, o preço médio para o consumidor em São Paulo estava inferior a R$1,60. Isso dá bem a medida da perda –, conclui Padua.
Os dados da ANP e do CEPEA compilados pela UNICA mostram que a situação é similar em todos os estados do país. No total, também nas últimas cinco semanas, os preços do etanol na bomba subiram em 21 estados e caíram em outros seis. Por outro lado, a queda observada nestes estados é ainda muito menor que a apresentada nos preços pagos ao produtor.