Espanha e França decidem inspecionar petroleiros em suas águas

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Publicado Quarta, 27 de Novembro de 2002 às 22:50, por: CdB

Depois do vazamento de petróleo do Prestige, que atingiu mais de 400 quilômetros da costa espanhola, a Espanha e a França decidiram impor inspeções rigorosas de petroleiros considerados perigosos, e até mesmo expulsar esses navios das águas que estão sob seu controle. O presidente francês Jacques Chirac e o primeiro-ministro espanhol Jose Maria Aznar, em uma reunião na Espanha em sua cúpula bilateral anual, decidiram que a partir de quarta-feira, os petroleiros de mais de 15 anos de idade que estão portando petróleo e piche nas águas controladas por ambos os países serão submetidos a rígidas inspeções. "Decidimos que a partir de amanhã os navios construídos há mais de 15 anos e que têm apenas uma carcaça e transportam óleo combustível ou piche", e que "são um perigo para as nossas costas devem ser inspecionados exaustivamente", disse Aznar em uma coletiva de imprensa conjunta em um resort de Málaga. Sob as novas regras, os petroleiros que viajam por zonas econômicas exclusivas desses países, que se estendem por 320 quilômetros de águas, terão que fornecer informações sobre sua carga, destino, bandeira e operadores para autoridades francesas e espanholas. "Hoje decidimos que isso era suficiente", disse Chirac. A França, que está monitorando as manchas do Prestige para estar preparada no caso de elas atingirem sua costa, teme uma repetição do desastre Erika de 1999. O petroleiro deixou 400 quilômetros da linha costeira poluída de petróleo e incitou a União Européia a adotar regras rígidas que ainda não entraram em vigor. O novo acordo bilateral dá poder para as autoridades marítimas solicitarem inspeções de navios muito além do limite territorial de 20 quilômetros de acordo com a lei internacional, e expulsar aqueles que não forem considerados aptos a sair da zona de 320 quilômetros, informou Aznar. Aznar disse que esperava que outros governos da União Européia mudassem as regras sobre segurança marítima em sua cúpula de dezembro em Copenhague. Ana Palacio, ministra das Relações Exteriores da Espanha, disse que a nação pode pedir à Organização Marítima Internacional para afastar um corredor de navios 40 quilômetros além da costa oeste da Espanha. As medidas da União Européia, que não entrarão em vigor até julho, pedem inspeções mais estritas de navios como o Prestige, que afundou na semana passada 215 quilômetros a oeste da costa espanhola, e a criação de uma agência de segurança marítima. Uma proibição dos petroleiros com uma só carcaça está sendo planejada para 2005. O governo espanhol, acusado de omitir propositalmente informações sobre o afundamento do Prestige, admitiu que uma mancha de 12 mil toneladas ainda ameaça a costa da Galiza, onde a pesca foi proibida ao longo de uma faixa de 350 quilômetros da costa. A proibição afeta mais de 7 mil pessoas que ajudam na pesca de ostras ou pescam na área, paralisando a principal indústria da região. A poluição também ameaça uma indústria turística baseada em praias e angras primitivas.

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