Equipe de transição indica revogação do processo de venda da ECT

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Publicado Sábado, 19 de Novembro de 2022 às 10:49, por: CdB

A venda da empresa era uma aposta do governo de Jair Bolsonaro (PL). Seu ministro da Economia, Paulo Guedes, queria a venda, assim como de outras públicas, para fazer caixa e desmontar o Estado. E usava o velho e insustentável argumento da “ineficiência” e dos “prejuízos” causados.

Por Redação, com BdF - de Brasília
Integrante do grupo técnico de Comunicações na equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Paulo Bernardo disse na véspera que pretende indicar a revogação do processo de privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo o ex-ministro das Comunicações, o fim do processo de privatização da empresa seria uma prioridade do governo eleito já a partir de janeiro do próximo ano.
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O ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo integra o grupo de trabalho da equipe de transição
— A nossa ideia é recomendar acabar com essa ideia de privatizar os Correios. Acho que eu poderia dizer até que a gente mais ou menos antevê o que o presidente Lula pensa sobre isso — disse Paulo Bernardo, a jornalistas. A venda da empresa era uma aposta do governo de Jair Bolsonaro (PL). Seu ministro da Economia, Paulo Guedes, queria a venda, assim como de outras públicas, para fazer caixa e desmontar o Estado. E usava o velho e insustentável argumento da “ineficiência” e dos “prejuízos” causados.

Inconstitucional

Em agosto de 2021, a Câmara aprovou, com 286 votos a favor e 173 contra, um projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios. A aprovação se deu na forma de um parecer apresentado pelo relator, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA). Na época, a Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap) criticou o projeto, que considera inconstitucional. Além disso, os trabalhadores avaliam que a privatização traz riscos para os cidadãos e empresas brasileiras. O motivo é que o modelo privado é mais oneroso e menos presente que o atual. Por isso, a entidade questionou a privatização no Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou contrário à proposta do governo. Na véspera, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) disse que até o próximo dia 30 o grupo de transição definirá as áreas e os decretos que serão revogados. “Uma das orientações do ministro Mercadante é de que haja, já em 30 de novembro, a indicação de atos a serem revogados”, afirmou. Ontem Dino anunciou que o governo Lula vai revogar os decretos de Jair Bolsonaro que facilitam o acesso da população a armas e munições, inclusive de grosso calibre.

Revogações

O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), integrante do grupo de transição das Cidades, reforçou a fala do senador eleito e ex-governador do Maranhão. Segundo Boulos, uma das principais medidas da equipe será a minuciosa revisão dos decretos e dispositivos assinados durante o governo bolsonarista. E que o relatório final do grupo vai incorporar sugestões e ações emergenciais na área de Cidades. O que, certamente, contará com adaptações. — A modalidade do grupo de Cidades é a formatação do ministério, diagnóstico e eventuais revogações de normas infralegais [decretos e portarias]. Essa é a prioridade, que temos de terminar esse trabalho até o fim do mês — concluiu.
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