Enxergar para além da realidade imposta

Arquivado em:
Publicado Sexta, 29 de Julho de 2022 às 06:20, por: CdB

A nossa resposta não pode nem deve ocorrer só nas urnas, a organização e a mobilização do povo são elementos-chave desse processo. Nós, os que percebemos além da realidade apresentada, sabemos que é preciso, junto ao povo, mostrar como ele pode transformar.

Por Rosana Alves - de São Paulo

“O comunista combate no dia-dia pelas tarefas políticas táticas de hoje e pelos objetivos revolucionários estratégicos de amanhã” Diógenes Arruda
protesto.png
A nossa resposta não pode nem deve ocorrer só nas urnas, a organização e a mobilização do povo são elementos-chave desse processo
É certo que o nosso principal objetivo hoje é compreender a conjuntura posta, aglutinar forças, reunir tudo que existir de defesa do Estado Democrático de Direito, bem como impor uma derrota ao fascismo que hoje nos assola. Contudo, uma característica dos comunistas é conseguir enxergar para além da realidade que hoje se apresenta de forma perceptível aos olhos de todos, a necessidade da derrota de Bolsonaro e a eleição do Lula presidente. Sabemos que a guerra somente começou e enfrentaremos diversas batalhas. Para isso, insistimos na construção de um projeto de reconstrução nacional, que tenha como eixo três movimentos integrados, interagindo entre si: medidas emergenciais em defesa da vida, da democracia e do emprego; deflagração de medidas do processo de reconstrução nacional, que incidem na fase emergencial e medidas de retomada do desenvolvimento, que também contribuam para a ação emergencial e a reconstrução.

A transformação

No entanto, a nossa resposta não pode nem deve ocorrer só nas urnas, a organização e a mobilização do povo são elementos-chave desse processo. Nós, os que percebemos além da realidade apresentada, sabemos que é preciso, junto ao povo, mostrar como ele pode transformar. Educar para a transformação significa estimular potencialidades, mas também estimular a eliminação de defeitos, vícios e deficiências. Ora, não sejamos ingênuos; a busca pela unidade não pode ser confundida com o pensamento único, em que nada nos ajuda a construir o partido revolucionário necessário como instrumento da revolução. Não existe dicotomia em estar presente nas lutas sociais e sindicais, estar presente no legislativo, nas associações de moradores, grêmios nos mais diversos movimentos e construir nossa educação revolucionária, organizando o partido revolucionário, capaz de conduzir as massas rumo à transformação das estruturas presentes.

As reivindicações de classe

As pautas imediatistas podem complementar a luta dos revolucionários, mas nunca substituir as reivindicações de classe. Nesse momento, chegamos à máxima: “o movimento é tudo, o partido é nada”. Assistimos contemporaneamente a uma completa inversão de valores, vendidas como a concepção de mundo mais avançada e moderna, negando todas as experiências históricas que já nos foram oferecidas e praticamente nunca experimentadas, estimulando vaidades e fetichismos individualistas. Como uma vez disse um certo senhor, mas para mim o pensamento mais jovem de todos, “os comunistas lutam para atingir os objetivos e interesses imediatos da classe operária; mas ao mesmo tempo também defendem dentro do movimento atual o futuro desse movimento”. Educação, disciplina e coragem ajudam bastante nesses momentos.  

Rosana Alves, é professora, historiadora e pedagoga. Atualmente coordenadora pedagógica na rede Municipal de Ensino de São Paulo. Mestranda no Programa Filosofia e História da Educação - Faculdade de Educação Unicamp. Membro da direção Municipal PCdoB Capital -SP.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo