Eleitores jovens descartam votar outra vez em Bolsonaro, diz pesquisa

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Publicado Domingo, 17 de Outubro de 2021 às 11:17, por: CdB

Os motivos para a rejeição do mandatário neofascista, no entanto, não são apenas ideológicos, mas econômicos. Aliadas aos efeitos da pandemia do mortal coronavírus, a inflação alta e a dificuldade em conseguir um emprego explicam a rejeição entre os jovens medida pela pesquisa.

Por Redação - de São Paulo
O apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022 deixou de ser uma opção para 45% dos eleitores entre 16 e 34 anos, segundo pesquisa do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). Os pesquisados afirmaram preferir votar em qualquer outro candidato, independentemente de suas convicções partidárias.
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Jair Bolsonaro perde eleitores, à medida que aumenta a inflação e a miséria, no país
Os motivos para a rejeição do mandatário neofascista, no entanto, não são apenas ideológicos, mas econômicos. Aliadas aos efeitos da pandemia do mortal coronavírus, a inflação alta e a dificuldade em conseguir um emprego explicam a rejeição entre os jovens medida pela pesquisa. — Antes do governo Bolsonaro, nunca precisei deixar de comer alguma coisa pelo preço. Nunca vi os alimentos tão caros — disse ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP) a analista de transportes Gisele Caires (31), ao explicar por que se arrependeu do voto em 2018.

Futuro

Da mesma forma, 28% dos jovens que escolheram Bolsonaro se disseram arrependidos. E a inflação é o motivo para quase um terço deles. A pesquisa, encomendada pela Fundação Tide Setubal e pela Avaaz, confirma o que outros levantamentos já apontavam sobre a percepção dos jovens. Segundo o Ipec, a fração de eleitores de Bolsonaro na faixa etária pesquisada não passa de 24% – porcentual inferior ao obtido na eleição passada, quando 31% disseram ter votado no atual presidente. As respostas obtidas pela pesquisa exemplificam, segundo o cientista político Marcio Black, as preocupações dos jovens em relação ao futuro. — Eles têm a vida toda pela frente e estão vendo uma série de barreiras à sua trajetória em função das decisões do governo. A inflação e o desemprego são problemas que interrompem um ciclo de desenvolvimento. No caso dos jovens mais carentes, a pandemia ainda os tirou da escola e os deixou mais atrasados — ressaltou ao OESP o coordenador do Programa de Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal.

Perfil

A má gestão da economia é uma das grandes inabilidades do governo e está entre as que mais afetam a opinião da juventude, segundo a coordenadora de campanhas sênior da Avaaz, Nana Queiroz. — Imagine entrar no mercado de trabalho num momento de recordes de desemprego e inflação como este? Quando vemos o perfil das pessoas que estão morando nas ruas e em situação de miséria, vemos famílias, crianças e jovens — concluiu.
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