'É necessário diminuir a distância entre países ricos e pobres', diz Lula

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Publicado Quinta, 23 de Janeiro de 2003 às 21:44, por: CdB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou mensagem nesta quinta-feira para justificar ao povo brasileiro o motivo de suas viagens a Porto Alegre, para a abertura do Fórum Social Mundial, e a Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial. Na mensagem, lida pelo porta-voz da Presidência, André Singer, Lula ressalta a necessidade de "diminuir a distância entre países ricos e pobres", por meio de um novo modelo econômico. "Depois de participar pela terceira vez do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, vou a Davos para mostrar que um outro mundo é possível", disse Lula. "Davos precisa ouvir Porto Alegre", continuou. "Do mesmo modo que é necessário um novo contrato social no Brasil, é preciso um pacto mundial que diminua a distância entre os países ricos e pobres. É inadmissível que no início de um novo milênio ainda hoje milhões de seres humanos não tenham sequer o que comer". "Por isso, a prioridade de meu governo, no Brasil, é o combate à fome. Vou levar a Davos a mensagem que os países ricos precisam também distribuir a renda do planeta", encerrou. O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, definiu a viagem de Lula à Europa com uma única frase dita pelo próprio presidente: "Eu vou a Davos para explicar aos que lá estão que a capital do Brasil não é Buenos Aires". Lula iniciará no sábado sua participação na conferência de Davos. Na manhã desta quinta-feira, o presidente despachou pela primeira vez no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, recebendo o advogado-geral da União, Álvaro Ribeiro da Costa, e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. À tarde, Lula viajou para Curitiba, a capital do Paraná, onde assistiu à cerimônia de transmissão do cargo de diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, do engenheiro Antônio José Correia Ribas para Jorge Miguel Samek, que é deputado federal eleito pelo Partido dos Trabalhadores. Em discurso, Lula afirmou que seu maior desafio será o de conseguir fazer com que seu governo transforme o Brasil. Segundo o presidente, "não adianta desculpas" para não tentar ao menos fazer no curto período de quatro anos mais do que já foi feito em governo anteriores. "Carregamos esse sonho há muito tempo. Agora chegou a hora de provar que tínhamos razão", afirmou. Lula lembrou que sabe das dificuldades que serão enfrentadas, mas que essas não o desanimam. Para explicar o seu ponto de vista, usou uma metáfora do futebol. "O melhor técnico não é aquele que entra ganhando, mas o que termina ganhando. O que vale é o final do jogo", afirmou. Liderança O presidente considerou como "fantástico e impressionante" a postura dos países sul americanos que consideram o Brasil como um líder regional. Para Lula, essa confiança dos países vizinhos exige que o Brasil assuma uma responsabilidade política mais afinada com a América do Sul. "Exatamente pelo fato do Brasil ser a maior economia do continente, a maior extensão territorial do continente, talvez a maior população e possivelmente o maior do ponto de vista intelectual, é que o Brasil precisa ser generoso. Precisa ser um líder que não torne os parceiros subservientes, mas que elabore projetos e que pense no desenvolvimento da América do Sul", afirmou. Lula citou que a usina hidrelétrica de Itaipu Binacional simboliza essa postura, porque "não podemos aceitar ser chamado de terceiro mundo, porque essa obra de engenharia nos põe em igualdade aos países desenvolvidos". Mercosul O presidente Lula avaliou que a crise enfrentada nos últimos anos pelo Mercosul foi conseqüência das políticas econômicas equivocadas que o Brasil e a Argentina adotaram. Nesse sentido, Lula lembrou que cabe ao seu governo e aos dos demais parceiros do Mercosul o trabalho pela sua reconstrução, não a partir do zero, mas a partir das boas relações que os países mantêm entre si e com as demais nações sul-americanas. "O Mercosul nunca fracassou. O que

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