Donald Trump 'acendeu fogo' de invasão do Capitólio, diz relatório

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Publicado Sexta, 23 de Dezembro de 2022 às 08:30, por: CdB

Ao longo do relatório, o republicano foi acusado de "supervisionar" todo o esforço para contestar resultados de áreas em que perdeu para Joe Biden e para enviar "cédulas falsas de voto" ao Congresso e também aos Arquivos Nacionais.

Por Redação, com ANSA - de Washington

O comitê parlamentar que investigou o papel de Donald Trump na invasão ao Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, divulgou o relatório final das análises na noite de quinta-feira e acusou o ex-presidente de "acender o fogo da revolta" que deixou cinco pessoas mortas.

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Comitê pediu que justiça abra processos contra Trump por quatro crimes

O documento de mais de 800 páginas foi baseado em milhares de documentos e em mais de mil entrevistas em um ano e meio de investigação. O texto, assinado pelo presidente da comissão, o democrata Bennie Thompson, acusou ainda Trump de "conspiração criminosa" para fraudar os resultados das eleições presidenciais.

Ao longo do relatório, o republicano foi acusado de "supervisionar" todo o esforço para contestar resultados de áreas em que perdeu para Joe Biden e para enviar "cédulas falsas de voto" ao Congresso e também aos Arquivos Nacionais.

Para o grupo, o plano para manter Trump no poder teve "várias partes" e essas evidências mostram que "a causa principal do 6 de janeiro existir foi um homem, o ex-presidente Donald Trump porque nenhum dos eventos teria acontecido sem ele".

Uma das novidades do relatório foi apontar o advogado Kenneth Chesebro como um "arquiteto" do plano que questionava a legalidade das eleições, que ia desde a informação falsa de que o então vice-presidente, Mike Pence, teria o poder de não validar todos os votos até que houve fraudes em massa em áreas onde Biden ganhou.

Essa apresentação de listas falsas de eleitores que "comprovariam" os problemas em urnas e em votos postais é alvo de investigação de diversos poderes judiciais nos estados norte-americanos.

Já o nome de outro advogado, John Eastman, foi apontado como o homem que criou um falso memorando com uma espécie de "passo a passo" para dizer que Pence tinha o direito de não aceitar votos.

Invasão do Capitólio

Outro destaque do longo relatório é a comprovação de que Trump não fez nada enquanto assistia a invasão do Capitólio para terminar com a crise.

"Não houve nenhum contato com oficiais da segurança nacional durante o dia. Nem com o Pentágono, Departamento de Segurança Interna, Departamento de Justiça, FBI, Polícia do Capitólio ou com o Gabinete do governo de Washington capital", ressaltam os parlamentares.

Antes da divulgação final, no último dia de sessões do comitê em 19 de dezembro, o comitê havia recomendado que Trump fosse processado pelos departamentos de Estado e de Justiça por quatro crimes: obstrução de processo do Congresso, apoiar ou assistir sem agir a uma insurreição, obstruir a certificação de vitória do adversário com uma conspiração para fraudar o governo e conspiração por declaração falsa contra os EUA.

A recomendação não é vinculativa, mas se somará aos processos já em andamento contra Trump pela invasão do prédio federal. 

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