Dólar termina ano com valorização expressiva, e o real mais depreciado

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Publicado Sexta, 31 de Dezembro de 2021 às 11:02, por: CdB

Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, a demanda por dólar não deve ter tanto refresco em 2022, dadas as condições econômicas no mundo, de crescimento não tão elevado e inflação alta. E, no Brasil, a demanda para proteção tende a persistir, por causa do nível de juros e da inflação.

Por Redação - de São Paulo
A moeda norte-americana encerra o ano com um acúmulo de 7,46%, fechando 2021 em R$ 5,57, e as projeções no mercado para 2022 são de muita volatilidade e de uma nova rodada de depreciação do real. Analistas financeiros ouvidos pela mídia conservadora listam ao menos cinco fatores que devem pesar contra a moeda brasileira ao longo do ano que vem.
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O Banco Central calcula que a moeda norte-americana manterá o rally de alta, nos primeiros meses de 2022
O primeiro deles é a fraqueza da economia, com possível retração do Produto Interno Bruto (PIB), inflação ainda elevada, ruídos provocados pelas eleições, o processo de alta de juros nos Estados Unidos e as incertezas sobre a evolução da pandemia. Em meio a isso, trabalham com uma faixa de oscilação bem ampla, que vai de R$ 5,20 a R$ 6,20. Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, a demanda por dólar não deve ter tanto refresco em 2022, dadas as condições econômicas no mundo, de crescimento não tão elevado e inflação alta. E, no Brasil, a demanda para proteção tende a persistir, por causa do nível de juros e da inflação; além da incerteza econômica, fiscal e eleitoral. — A tendência da dívida pública é aumentar um pouco em 2022, por isso é difícil arrefecimento do dólar até pelo menos as eleições, em outubro — disse à agência inglesa de notícias Reuters.

Eleições

Velho calcula que o preço médio do dólar tende a ficar em R$ 5,50, acima da média de 2021, de R$ 5,38 (1º de janeiro a 15 de dezembro), que é superior à media de 2020, a R$ 5,15. — É difícil pensar em grande queda da inflação só pelo efeito da atividade fraca, porque o câmbio está tendo um mini-choque, que tem a ver com fluxo negativo e a imprevisibilidade da política econômica e  das eleições — acrescenta o analista. Já a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, estima queda de 0,02% do PIB brasileiro em 2022. Em contraposição, o PIB global deve avançar cerca de 4,5% no ano que vem, avalia. — Esse diferencial é bem relevante do ponto de vista do câmbio. Quem entrega crescimento tende a ter uma apreciação de sua moeda, porque vai fomentar a entrada de recursos. Só que o Brasil vai estar numa recessão — resume Damico, que projeta dólar em R$ 5,75 no fim de 2022 e com viés de alta.
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