Dirigente do JPMorgan avalia que crise bancária ainda não acabou

Arquivado em:
Publicado Terça, 04 de Abril de 2023 às 12:55, por: CdB

Dimon disse, ainda, que as autoridades norte-americanas não deveriam “exagerar” com mais regras. Em sua longa carta anual aos acionistas divulgada nesta terça-feira, Dimon descreveu as aspirações do JPMorgan de usar inteligência artificial e o ChatGPT.


Por Redação, com Bloomberg - de Nova York, NY-EUA

Para o CEO do JPMorgan (JPM), os erros do Silicon Valley Bank foram incentivados pela regulamentação dos Estados Unidos, não foram checados pelo Federal Reserve e estavam “escondidos à vista de todos”, até que Wall Street e correntistas se alarmaram. Essa é a avaliação de Jamie Dimon sobre a crise bancária nos EUA que derrubou os mercados no mês passado e que, para o executivo, “ainda não acabou” e será sentida por anos.

jamie-dimon.jpg
Presidente do JPMorgan, o executivo Jamie Dimon ainda calcula o prejuízo pela crise bancária


Dimon disse, ainda, que as autoridades norte-americanas não deveriam “exagerar” com mais regras. Em sua longa carta anual aos acionistas divulgada nesta terça-feira, Dimon descreveu as aspirações do JPMorgan de usar inteligência artificial e o ChatGPT, avaliou a geopolítica e forneceu atualizações sobre as atividades do banco em Ohio.

Juros altos


Desta vez, muitos de seus comentários mais contundentes atacaram a regulamentação, incluindo regras de capital que levaram os bancos a acumular ativos de retornos baixos que perderam valor quando as taxas de juros dispararam.

— Ironicamente, os bancos foram incentivados a possuir títulos do governo muito seguros, porque eram considerados altamente líquidos pelos reguladores e tinham requisitos de capital muito baixos — disse Dimon. “Pior ainda”, acrescentou, “o Federal Reserve não testou os bancos sobre o que aconteceria se os juros subissem”.

Quando correntistas sem seguro do Silicon Valley Bank perceberam que o banco estava perdendo dinheiro ao vender títulos para fazer frente aos saques, correram para retirar seus recursos. Os reguladores então intervieram e assumiram o controle.

— Isso não é para absolver a administração do banco. É apenas para deixar claro que este não foi o melhor momento para muitos players. Todos esses fatores de colisão tornaram-se extremamente importantes quando o mercado, as agências de rating e os correntistas se concentraram neles — resumiu.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo