Rio de Janeiro, 18 de Outubro de 2024

Desmatamento da Amazônia cresce mais de 88% em junho

Arquivado em:
Quarta, 03 de Julho de 2019 às 08:43, por: CdB

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia totalizou 920 quilômetros quadrados.

Por Redação, com Reuters - de Brasília

 O desmatamento na parte brasileira da floresta amazônica cresceu mais de 88% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o segundo mês consecutivo de aumento do desmate no governo do presidente Jair Bolsonaro.
amazonas.jpg
Desmatamento da Amazônia em Apuí, no Amazonas
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia totalizou 920 quilômetros quadrados. Os dados que apontam aumento de 88,4% são preliminares, mas indicam que a cifra anual oficial, baseada em imagens mais detalhadas e mensurada durante os 12 meses transcorridos até o final de julho, está a caminho de superar o número do ano passado. O desmatamento já atingiu 4.565 quilômetros quadrados nos 11 primeiros meses, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2018. Ambientalistas alertam que as afirmações contundentes de Bolsonaro em defesa do desenvolvimento da Amazônia e criticando as autoridades ambientais do país por aplicarem multas que considera excessivas estimulam madeireiros e fazendeiros a lucrar com o desmatamento. – Bolsonaro agravou a situação... ele fez um ataque retórico forte –disse Paulo Barreto, pesquisador da organização não-governamental brasileira Imazon.

Chuvas

A temporada de chuvas que foi até abril pareceu ter contido um aumento do desmatamento, que subsequentemente ocorreu no início da temporada seca, em maio. O desmatamento aumentou 34% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. – Estamos adotando todas as medidas para combater o desmatamento ilegal – disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, à Reuters. “Nessa semana estavam em ação 17 equipes simultâneas de fiscalização do Ibama em toda a Amazônia”. O Palácio do Planalto não respondeu de imediato a um pedido de comentário. O Brasil abriga 60% da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, vista como vital para a luta global contra a mudança climática. A comercializadora de grãos norte-americana Cargill disse no mês passado que a indústria alimentícia não conseguirá cumprir a promessa de eliminar o desmatamento em suas cadeias de suprimentos globalmente até 2020, e se comprometeu a fazer mais para proteger ambientes nativos do Brasil.

Florestas

Paulo Adário, estrategista de florestas do Greenpeace, disse que “todas as indicações” são de que o desmatamento se agravará ainda mais no governo Bolsonaro, mas espera que a notícia de um aumento grande pressione o governo a agir. – Quando eles tiverem os números finais, se realmente for muito, isso será um pesadelo para Bolsonaro – disse Adário. “Isto é algo realmente importante do ponto de vista internacional e brasileiro porque a Amazônia é um ícone”.

Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo