Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2024

Declínio da economia supera todas as previsões, para diferentes setores

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Quarta, 06 de Maio de 2020 às 12:22, por: CdB

Este seria, de longe, o maior colapso anual da atividade econômica em mais de meio século, e é uma revisão drástica ante previsão anterior de queda de 2%. Ainda assim, os riscos pesam para o lado negativo “dada a persistente incerteza sobre a situação da pandemia”.

Por Redação - de São Paulo
A economia brasileira recuará 7,4% este ano, à medida que a crise do coronavírus massacra a demanda, a produção e os serviços, disseram economistas do banco Société Générale nesta quarta-feira. Eles acrescentaram que a dívida nacional atingirá 100% do Produto Interno Bruto em 2022.
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O PIB tem declinado desde a eclosão do golpe de Estado, em 2016, e não se recuperou mais
Este seria, de longe, o maior colapso anual da atividade econômica em mais de meio século, e é uma revisão drástica ante previsão anterior de queda de 2%. Ainda assim, os riscos pesam para o lado negativo “dada a persistente incerteza sobre a situação da pandemia”. Citado no relatório do Société Générale, o setor de serviços tem sido um alvo preferencial da pandemia de coronavírus, com o fechamento de empresas e a maior perda de empregos em quase quatro anos. A pandemia ditou queda recorde na atividade do setor em abril, em meio a aumento das preocupações, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira. Atividades Segundo o IHS Markit, o PMI de serviços do país caiu a 27,4 em abril, de 34,5 em março, apontando a maior baixa da atividade no setor desde que a pesquisa foi iniciada, em 2007. O tombo empurrou ainda mais a leitura do índice abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração. Diante de relatos generalizados de fechamento de empresas e da deterioração da demanda devido às restrições das atividades dos consumidores, a atividade do setor de serviços e a entrada de novos negócios caíram a taxas sem precedentes em abril. As limitações para viagens e atividade em todo o mundo também pressionaram as vendas para clientes estrangeiros, que caíram no ritmo mais acentuado já registrado. “A pesquisa de abril expôs totalmente a dimensão e o impacto da pandemia de Covid-19 na economia do setor privado brasileiro, com contrações recordes para a pesquisa no volume de novos negócios e no nível de atividade sendo registradas no mês”, disse em nota o diretor de economia do IHS Markit, Paul Smith.

Desemprego

Diante desse cenário e com as empresas se mostrando muito preocupadas em relação ao futuro, os níveis de emprego caíram pelo segundo mês consecutivo entre os fornecedores de serviços, na mais forte taxa de contração desde maio de 2016. O corte de empregos, segundo o IHS Markit, também refletiu intenção dos fornecedores de serviços de reduzir as despesas operacionais. Isso ajudou a explicar nova redução na taxa de inflação de preços de insumos em abril, com os preços subindo no ritmo mais lento em cinco anos e meio. Os aumentos foram atribuídos ao câmbio desfavorável e ao aumento nos custos de equipamentos de proteção pessoal. Ainda assim, a forte queda da demanda por serviços levou várias empresas a oferecerem descontos, pressionando para baixo as taxas cobradas. Abril registrou queda nos preços cobrados pela primeira vez desde fevereiro de 2019.

Otimismo

As empresas se mostraram ainda profundamente preocupadas com o impacto da pandemia a curto prazo na atividade e nas operações de negócios, bem como com a possibilidade de danos mais duradouros na economia. Foi registrado pelo segundo mês seguido um grau de pessimismo em relação aos próximos 12 meses, com o sentimento negativo se acelerando e atingindo novo recorde para a pesquisa. — O grau de otimismo em relação ao futuro, compreensivelmente, caiu de forma considerável, com as empresas se revelando, de um modo geral, pessimistas em relação ao próximo ano, à medida que receios aumentam em relação aos prejuízos a longo prazo que a pandemia causará à economia — acrescentou Smith. As quedas recordes de produção tanto no setor industrial quanto no de serviços levaram o PMI Composto do Brasil à leitura mais baixa da pesquisa, de 26,5, ante 37,6 em março.
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