A economia verde precisa ter uma agenda prioritária no Brasil, segundo os pesquisadores e participantes do VI Simpósio Amazônia: Desenvolvimento Regional Sustentável das Regiões Norte e Nordeste. O evento é organizado pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional.
Para o técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Jorge Hargrave é necessário estabelecer uma agenda para a economia, com incentivos adequados e condições gerais mais apropriadas. “O Estado brasileiro poderia induzir setores para áreas mais sustentáveis”, disse. Segundo ele, boa parte dos investimentos estatais atuais se destinam a produtos que não serão utilizados nos próximos 50 anos.
A economia verde foi um passo atrás proposto na Conferência Rio+20 para ganhar mais adeptos em setores contrários ao desenvolvimento sustentável, segundo o professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS-UNB), Maurício Amazonas.
Ele disse que a economia verde precisa ser aliada a um processo de inclusão social para ser efetiva. “A desigualdade é condição necessária para que o padrão atual de consumo se mantenha. Ele tem de ser repensado e isso só pode acontecer se houver inclusão”, afirmou Maurício Amazonas.
Preservação e crescimento
O diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, disse que é necessário quebrar o dilema do crescimento econômico e a preservação ambiental. “Precisamos quebrar esse raciocínio e passar para um outro, em que a preservação ambiental seja alavanca para o crescimento econômico.”
Segundo ele, é necessário ter mecanismos de governança e um programa de governo, como um PAC Florestal, para o desenvolvimento sustentável e a economia verde ganharem força. “Sem agricultura forte e pecuária intensificada é impossível manter floresta em pé”, afirmou.
Eles participam do VI Simpósio Amazônia: Desenvolvimento Regional Sustentável das Regiões Norte e Nordeste organizado pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional.
O evento conta com a participação da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Sistema CNC/Sesc/Senac.
O simpósio foi interrompido para o almoço e será retomado à tarde, com debates sobre desenvolvimento sustentável nas áreas de transporte, energia, agricultura, indústria e turismo no Auditório Nereu Ramos.
Tempo real: 12:16 - Brasil pode atender demanda por alimentos sem desmatar, diz pesquisador11:05 - Políticas de governo estão alheias à crise climática, diz deputado08:24 - Comissão da Amazônia realiza simpósio sobre desenvolvimento sustentávelReportagem – Tiago MirandaEdição – Marcelo Westphalem