Crescimento econômico cai, mas fica acima das expectativas do BC

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Publicado Terça, 05 de Dezembro de 2023 às 19:46, por: CdB

Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 2%, enquanto no acumulado nos quatro trimestres encerrados em setembro a expansão da atividade foi de 3,1% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado do ano, o PIB tem crescimento de 3,2%.


Por Redação - de Brasília

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve variação de apenas 0,1% positivo no terceiro trimestre, na comparação trimestral, com um valor corrente registrado de R$ 2,7 trilhões no período. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As projeções do BC para o PIB deste ano tem sido mais otimistas do que no mês passado


Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 2%, enquanto no acumulado nos quatro trimestres encerrados em setembro a expansão da atividade foi de 3,1% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado do ano, o PIB tem crescimento de 3,2%.

Economistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg estimavam desaceleração do crescimento para 1,8% sobre o mesmo período do ano passado. Já na comparação trimestral, a expectativa mediana era de queda de 0,2%.

 

Série histórica


Na contramão das expectativas, trata-se da terceira taxa positiva depois da queda de 0,1% verificada no quarto trimestre do ano passado. Com o resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado nos três últimos meses de 2019.

Entre janeiro e setembro, o acumulado aponta alta de 3,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em valores correntes, o Brasil gerou R$ 2,741 trilhões no terceiro trimestre.

Entre os três grandes setores econômicos, dois cresceram taxas iguais no trimestre: Indústria e Serviços avançaram 0,6%. A agropecuária, por outro lado, recuou 3,3% no mesmo período.

 

Transportes


O setor de Serviços representa cerca de 67% da economia brasileira. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, os maiores destaques foram as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, com alta de 1,3%, principalmente, na área de seguros; e as imobiliárias, com crescimento igual, em decorrência do aumento no número dos domicílios.

Em sentido oposto, o setor de transporte, armazenagem e correio teve queda de 0,9%.

— Essa queda vem após oito trimestres de altas e é relacionada ao transporte de passageiros — pontuou Rebeca.

No setor da Indústria, a única alta ficou por conta do setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%). A alta no consumo de energia foi determinante para o resultado.

 

Atividade


Ainda segundo o relatório do IBGE, as indústrias extrativas (0,1%) e as de transformação (0,1%) ficaram estáveis. A única atividade a cair no período foi a construção (-3,8%). No acumulado do ano, a construção recuou 0,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

— Essa atividade cresceu nos dois anos anteriores, mas 2023 não está sendo um ano bom, com juros altos e queda na ocupação, na produção de insumos típicos e no comércio de material de construção — observou a coordenadora.

Por fim, a queda de 3,3% na Agropecuária foi a primeira do setor, depois de cinco trimestres com taxas positivas. Para Rebeca Palis, a Agropecuária atingiu seu maior patamar no trimestre anterior e neste houve a saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, que é concentrada no primeiro semestre. Segundo ela, o desempenho do terceiro trimestre era esperado.

— Então há a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada. Portanto, essa queda era esperada, mas está sendo um bom ano para a atividade, que está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre — concluiu.

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