Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Combates seguem na região de Zaporizhia, em meio à expectativa de contraofensiva

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Sexta, 09 de Junho de 2023 às 12:13, por: CdB

Moscou relata ter repelido vários ataques ucranianos, o que observadores dizem que podem ser os primeiros sinais de uma grande contraofensiva de Kiev.


Por Redação, com CartaCapital - de Kiev


Os combates continuaram nesta sexta-feira, na região de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, enquanto Moscou relata, por sua vez, ter repelido vários ataques ucranianos, o que observadores dizem que podem ser os primeiros sinais de uma grande contraofensiva de Kiev.




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Os combates continuaram na região de Zaporizhia, no sul da Ucrânia

“Durante as últimas 24 horas, as forças ucranianas continuaram suas tentativas de realizar ofensivas nas regiões de Yukhno-Donetsk e Zaporizhia”, disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que essas tentativas foram repelidas graças a “ações decisivas (…) das unidades das forças russas”.


Pouco antes, Vladimir Rogov, uma autoridade da ocupação russa, havia relatado a retomada dos “combates ativos na região de Orekhovo (o nome russo para Orikhiv) e Tokmak”, na região de Zaporizhzhia, na altura da atual linha de frente entre as forças russas e ucranianas.


Rogov não deu mais detalhes, mas, de acordo com Alexander Sladkov, um correspondente da televisão pública russa, as “artilharias” russas e ucranianas estão ativas, e as tropas de Kiev, na ofensiva.


“Estão em curso combates duros e prolongados”, escreveu este jornalista, ao amanhecer, no Telegram, onde tem mais de um milhão de seguidores.


– O inimigo faz esforços incríveis, ataques. Em vão. Os nossos resistem. A linha de frente está preservada – relatou.


Esta informação não pôde ser imediatamente verificada por fontes independentes.


“A contraofensiva ucraniana começou”, estimam vários observadores, entre os quais o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), que diz não esperar “uma única grande operação”, mas sim uma série de ações coordenadas.


Ataque com drone


A vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, indicou, por sua vez, que o “epicentro” dos combates continua sendo o leste do país, e comentou, evasivamente, as operações no sul.


– O inimigo realiza ações defensivas no setor de Zaporizhia. Continuam os combates de posição – disse ela.


Segundo observadores, o Exército ucraniano busca avançar na região de Zaporizhia em direção a Tokmak, 40 quilômetros ao sul de Orikhiv, centro logístico das forças russas e última localidade importante próxima das cidades de Melitopol e de Berdiansk, no Mar Negro.


O Estado-Maior ucraniano mantém um perfil baixo sobre suas reais intenções.


Nas últimas semanas, a Ucrânia pôs à prova as posições russas ao longo da linha de frente, de sul a leste, uma forma, dizem os especialistas, de semear a incerteza antes de realizar um ataque decisivo.


Mais para o interior do território russo, na cidade de Voronezh, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, três pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira quando um drone se chocou com umm edifício residencial, informaram as autoridades locais.


É o primeiro incidente desse tipo em Voronekh, cidade de mais de um milhão de habitantes perto da região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia e alvo de bombardeios há semanas.


Problemas de acesso à água potável


Nas regiões meridionais de Kherson e Mykolaiv, as inundações causadas pela destruição da represa de Kakhovka no rio Dnieper na terça-feira deixaram pelo menos 13 mortos: oito, em áreas controladas pela Rússia; e cinco, em áreas ucranianas, onde também há 13 desaparecidos.


– Segundo as previsões, o aumento das águas ainda pode durar dez dias – afirmou Vladimir Saldo, líder da zona ocupada na região.


– A água já entrou nas casas e nas ruas. A cada duas horas saio para ver se a água ainda está subindo – disse Tatiana Yoenko, de 45 anos, moradora de Chornobaivka.


Kherson


Na cidade de Kherson, o nível da água estava começando a baixar “pela primeira vez”, segundo Laura Musiyan, do centro meteorológico local.


“Para centenas de milhares de pessoas em muitas cidades e vilas, o acesso à água potável está seriamente comprometido”, lamentou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um dia após uma visita à área.


O nível da água na barragem “desceu 4,7 metros” desde terça-feira, alertou o operador ucraniano da instalação, Ukrhydroenergo.


Ontem, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que central nuclear de Zaporizhzhia, localizada a cerca de 150 km rio acima, continua a bombear água de resfriamento do reservatório.


Kiev e Moscou trocam acusações pela destruição da barragem e pelos bombardeios que se seguiram durante as operações de evacuação em Kherson.


O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, estimou, nesta sexta, que “tudo parece indicar” que os russos destruíram a instalação.


 

 

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