Ciro, em plena campanha, lota auditório e denuncia Temer

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Publicado Terça, 09 de Maio de 2017 às 10:18, por: CdB

Na opinião de Ciro, está na hora de a população mostrar, nas ruas, todo o descontentamento com as medidas que Temer, “chefe de quadrilha”, vem impondo

 

Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro

 

Candidato do PDT à Presidência da República, o ex-governador Ciro Gomes reuniu-se, na noite de segunda-feira com estudantes e professores em palestras seguidas de debate. Nos auditórios lotados do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Engenharia (Coppe) da UFRJ, na ilha do Fundão, pela manhã; e no auditório 11 da UERJ, à noite — onde houve um empurra-empurra para garantir um lugar na platéia.

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Ciro falou para um auditório lotado, na UFRJ, na noite desta segunda-feira

Ciro assumiu o compromisso com as entidades estudantis e de docentes da UERJ de voltar em outra oportunidade para falar no anfiteatro da instituição. NA UFRJ, Ciro conheceu o Maglev, protótipo de trem desenvolvido pela Coppe que se desloca por levitação magnética.

Nas palestras Ciro falou sobre o Brasil de hoje, sobre Temer, sobre a Lava Jato e, principalmente, sobre os caminhos para o Brasil ultrapassar o difícil momento da vida nacional que vive.

— A greve geral de 28 de abril foi a coisa mais importante que aconteceu no Brasil em muitos anos — frisou.

Na opinião de Ciro, está na hora de a população mostrar, nas ruas, todo o descontentamento com as medidas que Temer, “chefe de quadrilha, está implementando com a ajuda de parlamentares direitistas. Eles formam a maioria atual no Congresso, mas temem a opinião das ruas”, disse.

Tanto na Coppe quanto na UERJ, Ciro abordou a questão econômica. Explicou que os problemas do Brasil de hoje, na verdade, são estruturais. Por conta do modelo econômico “que beneficia o rentismo em vez do trabalho, e não apenas conjunturais”, afirmou.

— Precisamos punir e dissuadir o rentismo. Quando o juro é mais alto que a rentabilidade dos negócios e do investimento, a economia para — disse Gomes.

‘Absolutamente canalha’

O convite de Temer para que tropas norte-americanas participem de exercícios militares na Amazônia nas proximidades da fronteira da Venezuela foi classificada de “absolutamente canalha” por Ciro pelo fato de contrariem “uma política de 300 anos do Brasil” de respeito aos seus vizinhos de fronteiras.

— O Barão do Rio Branco deve estar se revirando no túmulo. Não há o menor sentido em fazer uma provocação como esta. Isto interessa a quem? Ao Brasil é que não é — acrescentou.

Ciro lembrou, também, a reativação da frota do Atlântico Sul pelos EUA, tão logo o Brasil anunciou ao mundo a descoberta do pré-sal.

O pré-candidato do PDT à Presidência não poupou o juiz Sérgio Moro. De forma ilegal, Moro exigiu que Lula estivesse presente as audiências das 87 testemunhas que arrolou em sua defesa.

— Moro poderia indeferir o pedido para convocar tantas testemunhas, mas jamais exigir a presença de Lula - porque isto é absolutamente ilegal — afirmou.

Criticou, ainda, o promotor Deltan Dallagnol por sua tentativa de interferir no julgamento do habeas-corpus do ex-ministro José Dirceu, no Supremo Tribunal Federal (STF).

— Negócio de maluco, Dallagnol quis emparedar o Supremo. Justiça se faz severa e silenciosamente, em linha com a lei e não da forma como fez o procurador — observou.

Previdência

Ciro classificou a reforma da previdência proposta pelo governo Michel Temer como “solução tosca” de combate ao desequilíbrio das contas públicas. Chamou a reforma trabalhista de “a fina flor da canalhice”, por querer prevalecer o negociado sobre o legislado. Além de transformar “trabalho em commodity”.

Ele ainda comparou a PEC 55, que congela os gastos públicos por 20 anos, a uma espécie de coleira de aço colocada em um filhote de gato ou cachorro que, com o tempo, o irá estrangular, uma vez que ele jamais irá parar de crescer.

— Essa PEC 55 em três a quatro anos se revelará absolutamente impraticável. Já a reforma trabalhista dá para resolver num governo novo, forte, constituído em base populares. Revoga¬se fácil, porque tem base infraconstitucional — adiantou.

Ciro ressalvou que a reforma previdenciária é uma "batalha que estamos vencendo”. Esta, se perdida, “seria bem mais difícil de ser revertida”, concluiu.

Assista ao vídeo da palestra, na UFRJ:


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