Cientistas criarão porcos para transplante em humanos

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Publicado Quinta, 03 de Fevereiro de 2022 às 09:15, por: CdB

 

Eckhard Wolf, cientista da Universidade Ludwig-Maximilians (LMU) em Munique, disse que sua equipe pretende ter a nova espécie, modificada da raça da ilha de Auckland, pronta para testes de transplante até 2025.

Por Redação, com Reuters - de Berlim

Cientistas alemães planejam clonar e criar este ano porcos geneticamente modificados para servir como doadores de coração para humanos, com base em uma versão mais simples de um animal criado nos Estados Unidos usado no mês passado no primeiro transplante de porco para humano do mundo.

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Porcos em fazenda da Universidade Ludwig-Maximilians, de Munique, em Oberschleissheim, na Alemanha

Eckhard Wolf, cientista da Universidade Ludwig-Maximilians (LMU) em Munique, disse que sua equipe pretende ter a nova espécie, modificada da raça da ilha de Auckland, pronta para testes de transplante até 2025.

Na primeira cirurgia desse tipo, uma equipe da Universidade de Medicina de Maryland no mês passado transplantou um coração de porco com dez modificações em um homem com doença terminal. Os médicos dizem que ele está respondendo bem, embora os riscos de infecção, rejeição de órgãos ou pressão alta permaneçam.

– Nosso conceito é avançar com um modelo mais simples, ou seja, com cinco modificações genéticas – disse Wolf, cujo trabalho desencadeou um debate acalorado em um país com uma das menores taxas de doação de órgãos da Europa e um forte movimento pelos direitos dos animais.

Transplantes de animais para humanos

Wolf, que pesquisa transplantes de animais para humanos, conhecidos como xenotransplantes, há 20 anos, disse que sua equipe usaria tecnologia de clonagem ainda ineficiente para gerar apenas "os animais fundadores", a partir dos quais futuras gerações geneticamente idênticas seriam criadas.

A primeira geração deve nascer este ano, e seus corações serão testados em babuínos antes que a equipe busque aprovação para um teste clínico em humanos em dois ou três anos, segundo Wolf.

Os transplantes são usados em pessoas diagnosticadas com falência de órgãos que não têm outras opções de tratamento, uma lista de espera que somava cerca de 8,5 mil pessoas na Alemanha no final de 2021, segundo dados da Organ Transplantation Foundation do país.

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