Cidade de Eldorado do Sul poderá ser totalmente evacuada

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Publicado Quarta, 08 de Maio de 2024 às 11:23, por: CdB

O prefeito explicou que ainda há pessoas ilhadas e que precisam de resgate e que somente alguns moradores do interior de Eldorado do Sul não foram afetados pela enchente. Após os resgates, essa população será conduzida até a casa de familiares nos municípios vizinhos.


Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília


Com pouco mais de 40 mil habitantes, Eldorado do Sul deverá ser totalmente evacuada. A orientação é de Ernani de Freitas (PDT), prefeito do município localizado na região Metropolitana de Porto Alegre. Em entrevista à Rádio Guaíba, que ocorreu na terça-feira, ele ressaltou que irá demorar pelo menos um ano para recuperar a cidade.




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Vice-prefeito disse que alerta não é uma ordem e nem motivo para pânico, apenas orientação para diminuir o risco de falta de assistência

Ainda na entrevista, o prefeito disse que "a cidade está tomada pelas águas". Sem luz, a região que está entre as que mais sofreram com as enchentes no Rio Grande do Sul deverá ser habitada somente pelas pessoas que ficarão responsáveis pelo rescaldo (de limpeza) da enchente, após a água baixar.


O vice-prefeito, Ricardo Alves (PDT), também concedeu entrevista e disse que o alerta de evacuação não é uma ordem e nem motivo para criar pânico, apenas uma orientação para diminuir o risco de falta de assistência.


O prefeito explicou que ainda há pessoas ilhadas e que precisam de resgate e que somente alguns moradores do interior de Eldorado do Sul não foram afetados pela enchente. Após os resgates, essa população será conduzida até a casa de familiares nos municípios vizinhos.


Freitas também explicou que, num primeiro momento, os residentes de Eldorado estão seguindo para Guaíba, além de terem sido recebidos em Porto Alegre. O retorno dos moradores será gradativo e ocorrerá somente após limpeza da cidade e o restabelecimento da energia elétrica.



Universidade promove iniciativas pelos atingidos nos temporais


O município de Santa Cruz do Sul, na região central do Rio Grande do Sul, foi um dos tantos atingidos por enchentes e deslizamentos na última semana. O alto volume das chuvas fez com que o rio Pardinho transbordasse, deixando milhares de desabrigados e dois óbitos, de acordo com a Defesa Civil. Com o recuo do rio, o momento é de apoio aos atingidos e forças surgem de todos os lados. Um exemplo é a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que centraliza diversos serviços na região.


A Unisc abriga uma base operacional do governo estadual no campus de Santa Cruz do Sul. Desde a manhã do último domingo estão em funcionamento nas dependências da instituição a base aérea e o Centro Regional de Doações. A Unisca abriga ainda o Gabinete de Crise, coordenado pelo vice-governador, Gabriel Souza (MDB).


No Centro Regional de Doações, voluntários e forças de segurança pública recebem, organizam e redistribuem doações para os diversos municípios atingidos pelas enchentes. O espaço funciona 24 horas por dia e está recebendo donativos como alimentos não perecíveis, materiais de higiene e limpeza.


A Unisc realizam ainda trabalho de apoio com equipes multidisciplinares permanentes nas cidades atingidas. Estão envolvidos médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos, advogados, engenheiros, entre outros. Também há equipes permanentes no Parque da Oktoberfest e no Colégio Ernesto Alves de Oliveira, que abrigam famílias atingidas.


O Gabinete de Assistência Judiciária (GAJ) da instituição oferece auxílio em encaminhamentos de benefícios emergenciais, ofertados em razão do estado de calamidade decretado pelos governos municipal, estadual e federal. "A meta é prestar atendimento humanizado aos atingidos pela catástrofe que assolou o Rio Grande do Sul", afirma o professor de Direito Vinícius Laner



Centro de produção de informações


Para suprir a falta de estrutura que os municípios da região enfrentam e auxiliar as comunidades mais afetadas pelas enchentes, os cursos de Comunicação Unisc estão produzindo material para ajudar na circulação de informações e orientações. São produzidos boletins radiofônicos por uma equipe de professores, alunos e a UNISC TV está promovendo lives com inserções ao vivo ao longo do dia, veiculadas no canal do Youtube e demais redes sociais da instituição.


De acordo com o professor Willian Araújo, também subcoordenador dos cursos de Comunicação, a iniciativa vai ao encontro de uma necessidade que inicialmente parece não ser tão fundamental. Contudo, segundo ele, se as pessoas não forem orientadas adequadamente nestas circunstâncias, a expectativa é que os danos, inclusive de proteção vida, sejam ainda maiores.


– Nestes momentos, é natural que ninguém saiba direito o que fazer, como proceder, então, quanto mais informação, e de qualidade, melhor. Há lugares em que as pessoas estão completamente incomunicáveis e nós queremos ser uma espécie de braço das prefeituras, bem como dos próprios veículos de comunicação, que estão fazendo o máximo que podem – explicou.


A Unisc também promove uma campanha de arrecadação de rádios a pilha. A ideia surgiu depois que várias localidades, especialmente do interior, ficaram completamente sem comunicação. "A única forma que algumas pessoas encontraram de se manter informadas sobre o que estava ocorrendo na sua volta foi o rádio a pilha, uma vez que não havia sequer energia, muito menos internet", relatou o professor Willian.


Mais de 7 mil desalojados precisam de ajuda


Segundo o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana de Santa Cruz do Sul, José Joaquim Dias Barbosa, cerca de 1.922 residências foram atingidas no município, totalizando 7.442 pessoas desalojadas e 228 desabrigadas. Os bairros mais afetados pelas enchentes e deslizamentos foram Várzea, Belvedere e Margarida Aurora.


Desde segunda-feira, o Cras Central de Santa Cruz passou a concentrar o atendimento aos moradores dos locais mais atingidos. Pedidos de itens como alimentos, colchões, produtos de higiene e limpeza, ração para animais, entre outros, devem ser feitos no local, das 8h às 17h, sem fechar ao meio-dia.


A comunidade afetada na localidade do Rio Pardinho não precisa ir até a cidade para fazer o cadastro. Um posto de atendimento foi montado no Ginásio do Futebol Clube Rio Pardinho, onde estão sendo entregues cestas básicas, roupas e produtos de limpeza.


A concessão de aluguel social, assim como a entrega de telhas e tábuas, está a cargo da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. O cadastro para obtenção do benefício é destinado exclusivamente às pessoas atingidas pela enchente. O auxílio é destinado apenas a pessoas que são proprietárias e vivem no imóvel atingido. A família deverá contar com laudo da Defesa Civil atestando que o imóvel não apresenta mais condições de habitação. O procedimento de vistoria será encaminhado após a realização do cadastramento.


Doação de móveis


O Pavilhão da Comunidade Evangélica, no centro da cidade, foi cedido pela instituição e está atuando como ponto para recebimento de doações de móveis, eletrodomésticos e utensílios domésticos novos e usados em bom estado.


A entrega dos bens atingidos pela enchente deverá iniciar na próxima semana. Em parceria com o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), o município também terá um serviço de busca nas residências. O contato é com Fábio Marciano, no WhatsApp (51) 99936-5665.




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