Cerca de 18 cidades do Rio não têm mais vagas para leitos de UTI

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Publicado Terça, 23 de Março de 2021 às 08:24, por: CdB

Um painel da Secretaria Estadual de Saúde indica que 18 municípios do Estado do Rio de Janeiro estão com 100% de ocupação em seus leitos de tratamento intensivo (UTI) para covid-19.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro Um painel da Secretaria Estadual de Saúde indica que 18 municípios do Estado do Rio de Janeiro estão com 100% de ocupação em seus leitos de tratamento intensivo (UTI) para covid-19. Entre as cidades com UTIs lotadas, figuram algumas com considerável número de leitos, como Petrópolis (77 leitos), Vassouras (50), Bom Jesus do Itabapoana (45) e Teresópolis (23).
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Cidades do Rio não têm mais vagas para leitos de UTI
Há ainda municípios grandes que estão com mais de 90% dos leitos de covid-19 ocupados, como Volta Redonda, que tem 158 leitos e está com ocupação de 91%, e Duque de Caxias: 110 leitos e taxa de ocupação de 95%. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde e se referem a informações prestadas entre 17 e 22 de março.

Ocupação

No Rio de Janeiro, capital, segundo informações de segunda-feira, 83% de seus 744 leitos de UTI para covid-19 estão ocupados. Em todo o Estado, 493 pacientes aguardam vagas em leitos de UTI, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Sete dos 92 municípios do Estado estão com risco muito alto para a covid-19: Itaguaí, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Duque de Caxias. Outras 39 cidades estão com risco alto, entre elas, a capital - Rio.

Rio e Niterói

Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Axel Grael, decidiram decretar medidas rígidas de isolamento social, com o fechamento do comércio não essencial. O anúncio foi feito na segunda-feira, durante entrevista coletiva conjunta, em Niterói. As medidas vão vigorar de 26 de março até 4 de abril, quando serão revistas, podendo ser suspensas ou mantidas. Haverá atendimento presencial apenas de serviços essenciais, teletrabalho para funcionários públicos. Permanecerão fechadas creches, escolas, universidades, cursos de idiomas e autoescolas. Será proibida a permanência em vias públicas entre as 23h e as 5h. Ficam fechados para atendimento presencial museus, bibliotecas, bares, lanchonetes, restaurantes e quiosques. As lanchonetes, restaurantes e bares poderão funcionar com entregas a domicilio, drive-thru e retiradas. Poderão funcionar comércio de alimentos, bebidas, supermercados, açougues, padarias, assim como bancos, lotéricas, comércio atacadista, feiras livres, postos de combustíveis e revenda de gás, mecânicas, lojas de autopeças, hotelaria, transporte de passageiros, indústrias, call centers e funerárias, entre outros segmentos essenciais. As praias permanecem fechadas para banho ou permanência na areia, sendo tolerado apenas a prática de exercícios individuais. O prefeito de Niterói explicou que o objetivo foi tomar medidas integradas com o Rio, cidade que recebe diariamente um grande contingente de trabalhadores niteroienses. “Procurei o prefeito Eduardo Paes porque Niterói já ia tomar medidas de restrições e achei importante que fizéssemos isso de uma forma integrada. Nossas cidades não são ilhas, sofrem da falta de ação das cidades vizinhas, que geram sobrecarga na nossa rede hospitalar. Estamos vivendo o momento mais crítico da trajetória da pandemia, nos preocupa demais. As coisas estão acontecendo muito rápido”, disse Grael. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou que as medidas não são agradáveis, principalmente do ponto de vista econômico, mas extremamente necessárias para garantir a vida. Ele negou que tenha se atrasado no decreto das medidas. – Nenhum de nós toma as decisões hoje felizes, mas por necessidade. Entendemos os aspectos econômicos, mas ouvimos a ciência. Ninguém aqui é alarmista, deixa de se preocupar com problemas sociais, mas entendemos que o fundamental é a preservação de vidas. A gente fez de tudo para não tomar essas medidas, mas elas são necessárias. É preciso que as pessoas entendam que este processo é inevitável. Nós estamos tomando as medidas no tempo certo – disse Paes. Os decretos serão publicados nos respectivos diários oficiais dos municípios de Niterói e do Rio, com o detalhamento das medidas.

Repercussão

Em nota a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) se manifestou favorável às decisões dos governos do Rio de Janeiro e de Niterói. “Neste contexto encontram-se o novo auxílio emergencial à população mais vulnerável, a continuidade das ações de apoio creditício às empresas de pequeno porte, bem como as restrições temporárias relacionadas a ambientes de aglomeração de lazer”. O Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (Hotéis Rio) também apoia as medidas restritivas, mas pede uma contrapartida. “Esperamos ter alguma contrapartida dos governos federal, estadual e municipal quanto à não cobrança de impostos ou uma postergação, já que dez dias em 30 dias é um terço de nossa receita”, mostra a nota assinada pelo presidente da instituição, Alfredo Lopes. Para a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio), “a implementação de uma medida extrema como o lockdown de forma isolada não se afigura como suficiente para conter a contaminação da doença”. A entidade cobra a abertura de novos leitos e mais vacinas.
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