Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Candidato derrotado por Nicolás Maduro foge para Espanha

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Domingo, 08 de Setembro de 2024 às 16:41, por: CdB

Vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez informou, no fim da noite passada, que o governo concedeu asilo político a Edmundo após ele se refugiar durante dias na embaixada da Espanha em Caracas.

Por Redação, com agências internacionais – de Madri

Após a Força Aérea Bolivariana acatar o pedido, um avião militar da Espanha retirou o integrante da ultradireita fascista Edmundo González Urrutia, derrotado nas urnas segundo a Corte Suprema da Venezuela, com destino à Espanha. O governo espanhol e o presidente Nicolás Maduro fecharam um acordo para que fosse concedido o asilo ao político que contestou o resultado eleitoral, no último dia 28 de julho. Sua madrinha política, María Corina Machado, informou que ele chegou bem no país europeu, na manhã deste domingo.

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Edmundo González Urrutia com a líder de oposição María Corina Machado

Vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez informou, no fim da noite passada, que o governo concedeu asilo político a Edmundo após ele se refugiar durante dias na embaixada da Espanha em Caracas.

“Uma vez ocorridos os contatos pertinentes entre ambos os governos, cumpridos os extremos do caso e de acordo com a legalidade internacional, a Venezuela concedeu o devido salvo-conduto em prol da tranquilidade e da paz política do país. Esta conduta reafirma o respeito ao Direito que tem prevalecido na atuação da República Bolivariana da Venezuela na comunidade internacional”, afirmou Rodríguez em uma rede social.

 

Asilo

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, informou que o asilo foi solicitado pelo próprio opositor: “O governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos”, destacou o ministério, em nota.

Edmundo González deixou a Venezuela dias depois de a Justiça pedir sua prisão por “risco de fuga”, após não comparecer a três depoimentos para os quais foi notificado pelo Ministério Público (MP) do país. Ele deveria prestar depoimento na investigação sobre a página na internet com as supostas atas eleitorais da oposição que dão vitória a Edmundo na votação do dia 28 de julho. 

A líder María Corina Machado justificou que a saída dele do país era necessária porque, segundo ela, sua vida corria perigo. “As intimações, o mandado de detenção e até as tentativas de chantagem e coação a que têm sido sujeito mostram que o regime não tem escrúpulos nem limites na sua obsessão em silenciá-lo e tentar subjugá-lo”, declarou, em uma rede social. O governo brasileiro, em conjunto com o colombiano, havia manifestado preocupação com o pedido de detenção emitido pelo MP venezuelano.

 

Investigação

O MP venezuelano avalia que a manutenção da página da oposição com as supostas atas pode incorrer em crimes como “usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência civil, delitos informáticos e associação para delinquir e conspiração”.

A investigação do MP da Venezuela aponta que a página na internet busca apropriar-se das competências do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), única instituição com poder para publicar os resultados das eleições na Venezuela.

As autoridades venezuelanas afirmam que mais de nove mil atas publicadas são falsas. Já o Tribunal Supremo de Justiça do país, após perícia, ratificou a vitória do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho. Porém, os dados da eleição por mesa de votação ainda não foram divulgados publicamente.

 

Argentina

O pedido de asilo ocorre em meio à reação enérgica do governo Maduro, que designou agentes de segurança do lado de fora da embaixada da Argentina em Caracas na sexta-feira, sob o argumento de que há no prédio uma concentração de terroristas, dispostos a assassinar os dirigentes venezuelanos.

Seis assessores principais de María Corina estão abrigados na embaixada argentina desde março. Eles estão atualmente sob a proteção do governo brasileiro por meio de um acordo com a Argentina, cujo pessoal foi expulso do país após as eleições.

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