Publicado Sábado, 12 de Março de 2022 às 12:49, por: CdB
A declaração oficial da Casa foi encaminhada ao Supremo, no cumprimento de ordem do ministro Alexandre de Moraes, que recebeu uma representação para investigar a presença do vereador na missão diplomática.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A Câmara Municipal do Rio informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em mensagem encaminhada na véspera, que sabia da viagem do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para a Rússia no mês passado, mas negou que tenha coberto qualquer despesa relativa ao passeio do parlamentar, como integrante da comitiva presidencial.
Carlos Bolsonaro, ao lado do pai, assiste a uma reunião oficial do governo brasileiro com os representantes russos
A declaração oficial da Casa foi encaminhada ao Supremo, no cumprimento de ordem do ministro Alexandre de Moraes, que recebeu uma representação para investigar a presença do vereador na missão diplomática. O pedido consiste na apuração de denúncia sobre o motivo da presença do filho ’02’, como Carlos Bolsonaro também é conhecido, na comitiva brasileira. Segundo a denúncia o coordenador de campanha do pai foi ao Leste Europeu pesquisar métodos hackers e uso de robôs nas redes sociais.
Convidado
Em resposta ao STF, a Câmara do Rio disse que o vereador comunicou sobre a viagem e que os gastos não foram cobertos pela Casa Legislativa. “O regimento interno da Câmara Municipal do Rio de Janeiro não exige prévia autorização para realização de viagens internacionais que não configurem missão oficial ou gastos para Casa”, observa o ofício.
De acordo com os documentos encaminhados ao STF, o convite para a viagem partiu do parlamentar Leonid Slutsky, presidente do Comitê de Assuntos Internacionais do Parlamento da Rússia.
Ao comunicar formalmente a ausência durante a viagem, em ofício enviado à Presidência da Câmara Municipal do Rio no dia 11 de fevereiro, Carlos Bolsonaro avisou que as despesas não gerariam ‘qualquer ônus’ para a Casa Legislativa. Ele também pediu anuência da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática e da Comissão de Turismo, que integra como vice-presidente.
Investigação
A Presidência da República também foi notificada pelo STF e ainda precisa se manifestar sobre as ‘condições oficiais de participação’ de ’02' na viagem, incluindo gastos, eventuais diárias pagas e a agenda cumprida.
O pedido de investigação foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no inquérito das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para promover desinformação e ataques contra a democracia.
Ao acionar o STF, o senador afirmou que ‘os principais ataques hackers’ têm origem na Rússia. Também lembrou que Carlos Bolsonaro foi apontado na CPMI das Fake News como integrante do chamado ‘Gabinete do Ódio’ – estrutura que agiria de dentro do Planalto para patrocinar investidas contra opositores do governo pela internet.
