Brigitte Bardot chega aos 70 anos

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Publicado Terça, 28 de Setembro de 2004 às 10:58, por: CdB

Se Marylin Monroe encarnou o sexo inocente na década de 50, da Europa chegou às telonas uma figura que romperia, literalmente, com o corpete pensante. A garota em questão era Brigitte Bardot, que se transformaria em ícone da revolução sexual dos 60, e que completa, nesta terça, 70 anos.

Ainda que tenha aparecido pela primeira vez na tela em 1952, foi somente com Roger Vadim (um Don Juan do cinema francês que coleciona romances com atrizes como Catherine Deneuve e Jane Fonda) que se tornaria mundiamente famosa, quando o diretor a escalou para estrelar ...E Deus Criou A Mulher, uma história singularmente moderna da descoberta do sexo. O filme foi um sucesso em todo mundo.

Bardot casou-se com Vadim, e a relação com o diretor lhe rendeu uma série de sucessos. O casamento, que durou quase cinco anos, transformou a atriz em um imã para a bilheteria. Mas teve algo a mais: as películas de "BB" mostravam um novo tipo de mulher, feliz com seu corpo, e consciente de seu poder de sedução. Era o começo de uma nova era.

Sua imagem era moderna e impunha modas; e os jovens cineastas da "Nouvelle Vague" a consideravam inevitável. De fato, Jean-Luc Godard a colocou como protagonista de Desprezo, para alguns o melhor film do diretor, de 1963.

Morena ou loira, com cabelos ondulados ou lisos, o "look" de Brigitte Bardot ditou moda por mais de vinte anos. Seus romances também não deixavam as páginas dos jornais do mundo. Entre eles, estiveram o cantor Sacha Distel, e atores como Jean Paul Belmondo e Gunther Sachs.

Sua potência de ícone sexual a levou a interpretar-se a si mesma em Querida Brigitte (1965), onde um menino de 12 anos se apaixona por ela, e viaja dos Estados Unidos para conhecê-la.

Em 1973, aos 39 anos, Brigitte retirou-se do cinema, argumentando que "o tempo era inevitável". Começou a ser notícia por outras razões: sua militância na defesa do mundo animal, sua vitoriosa luta contra o câncer de mama e, curiosamente, sua rara verve política.

Em 1992 casou-se pela quinta vez. A união foi com Bernard D'Ormale, um político de extrema direita com opiniões xenofóbicas e racistas. A liberdade de corpo e espírito nos anos 60 definitivamente ficou para trás, e Brigitte voltou a chocar o mundo, dessa vez com declarações conservadoras e pouco ortodoxas.

A publicação de sua biografia, Iniciais B.B., foi outro fato que renovou sua fama. Amável com alguns de seus ex-maridos - especialmente com Vadim, que nunca deixou de ser seu amigo - foi duríssima com grande parte do mundo do espetáculo francês, e disparou críticas para todos os lados.

Em 2003, quando na França cresceu a controvérsia pela proibição do véu nas escolas públicas, Brigitte fez declarações contra a comunidade islâmica, e foi acusada por várias associações de defesa dos direitos humanos. Teve de ir à mesquita de Paris e pedir desculpas.

Assim, com uma vida contraditória mas igualmente apaixonante, Brigitte Bardot deixou uma impressão inevitável na cultura pop das últimas cinco décadas. A mais sexy das estrelas francesas ainda impressiona pelas fotos que foram registradas de seu corpo, alguma delas muito livres.

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