Cansados de esperar por uma solução para o conflito e apreensivos com a possibilidade de falta de alimentos, os gaúchos Sílvio Paulo Araldi e João Hamilton Rech, hospedados no Hotel Gloria em La Paz, já contemplam a possibilidade de andar até o aeroporto internacional na cidade de El Alto.
"Queremos sair daqui, nem que seja a pé", afirmou Araldi, que é auditor da Fazenda Nacional, por telefone. A caminhada duraria cerca de cinco horas.
Apesar da recomendação da embaixada brasileira para que os turistas permaneçam em seus hotéis, Araldi e Rech acreditam que a caminhada até o aeroporto é menos perigosa do que permanecer em La Paz.
- A tendência é de que a situação piore. Já há rumores de que grupos armados estão a caminho da capital - explicou. O desabastecimento na cidade já começa a afetar os dois brasileiros. Segundo Araldi, o café da manhã no hotel foi reduzido.
Frutas já desapareceram do cardápio. Os gaúchos fizeram hoje um rápido passeio pelo centro de La Paz. "O comércio está todo fechado e há militares nas ruas", de acordo com o auditor.
Outros brasileiros hospedados no Hotel Presidente, também no centro de La Paz, descartaram a possibilidade de caminhar até o aeroporto. "A idéia é muito arriscada", disse Rircado Salvucci, engenheiro eletrônico em São Paulo.
De acordo ele, é impossível prever a reação dos manifestantes. Aloysio Gomide, segundo secretário da embaixada, reiterou o pedido para que os brasileiros não se arrisquem. "Essa tentativa é muito perigosa."
Rio de Janeiro, Segunda, 29 de Abril de 2024
Brasileiros querem sair de La Paz a pé
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Publicado Quarta, 15 de Outubro de 2003 às 15:47, por: CdB
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