Brasil precisa de até oito usinas nucleares em 22 anos, diz secretário

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Publicado Quarta, 16 de Maio de 2007 às 13:29, por: CdB

A energia proveniente de fontes nucleares é uma realidade na matriz energética brasileira e o país precisará de quatro a oito novas usinas atômicas para poder suprir o crescimento da demanda por energia até 2030. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, pelo secretário de Desenvolvimento e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Maurício Zimermmann, ao participar do 19º Fórum de Altos Estudos que acontece na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- Quando se fala em energia nuclear, fala-se em uma opção com que o país tem que trabalhar para frente. No nosso planejamento energético de longo prazo, mesmo você tendo um cenário de colocação de 4 mil megawatts de hidrelétrica por ano até 2030, ainda assim eu vou ter a necessidade de construção de seis a oito plantas nucleares - o equivalente a 8 mil megawatts até 2030. E isto sem considerar Angra 3 -, disse Zimermmann.

O secretário do Ministério de Minas e Energia disse, ainda, que a usina de Angra 3 é uma alternativa que consta do Plano Decenal de Atendimento de Energia elaborado pelo governo e agora em processo de revisão, confirmando que a possibilidade da retomada das obras da unidade estará em pauta na próxima reunião do Conselho de Política Energética (CNPE).

- No Plano Decenal de 2006-2015 a usina de Angra 3 consta como uma alternativa. Porque ela tem preços compatíveis com outras fontes que são realidade aqui no Brasil. Agora que estamos chegando próximo à necessidade de nós termos a complementação de fontes para atender-mos este mercado é razoável que este assunto volte a ser discutido no CNPE -, afirmou.

Zimermmann ressaltou, porém, que a possibilidade da retomada das obras de construção de Angra 3 é uma decisão que não depende apenas do setor elétrico.

- Esta não é uma decisão apenas do setor elétrico: ela é mais complexa. Na verdade isto implica em uma decisão [opção] de país. E é claro que quando esta decisão vier a ocorrer é porque a opção pela ampliação da oferta nuclear já terá sido tomada -, disse.

A defender a viabilidade da energia atômica, o secretário ressaltou o fato de que o custo médio de uma usina nuclear é de aproximadamente R$ 150 o megawatt-hora, enquanto ao de uma usina térmica movida a gás natural chega a R$ 170 o megawatt-hora. Sobre a questão política que envolve a opção do país pela retomada do seu programa de geração de energia nuclear, Zimermmann foi categórico ao afirmar que esta é uma opção com que o país tem que trabalhar daqui para frente. O secretário informou que o Plano Nacional de Energia que está sendo revisto pelo governo estará sendo divulgado deixa claro esta necessidade.

Para o secretário de Desenvolvimento e Planejamento, a alternativa nuclear como fonte de energia é hoje uma realidade.

- Quando você pega, por exemplo a matriz energética americana você vê que 50% provém da queima de carvão e outros 20% é óleo. Na França hoje, 80% já é geração nuclear e vários país já estão reativando os seus programas nucleares -, relata.

A questão nuclear foi citada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como alternativa para o país, caso haja a continuidade de problemas para construir novas usinas hidrelétrica. Contudo, a idéia é questionada por movimentos ambientais e até dentro do próprio governo, como se manifestou recentemente a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

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