Brasil entra em 2022 à beira da recessão, aponta relatório do CS

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Publicado Sexta, 10 de Dezembro de 2021 às 12:35, por: CdB

De acordo com o Credit Suisse, sem um forte comprometimento de reduzir o déficit e aumento na produtividade, provavelmente teremos um crescimento de PIB fraco e uma continuação na piora da dívida bruta. Os autores do relatório também projetam que o consumo e os investimentos tendem a contrair devido ao forte aumento da inflação.

Por Redação, com agências internacionais - de Berna
Em relatório distribuído nesta sexta-feira aos clientes, o banco suíço Credit Suisse (CS) advertiu que a economia brasileira está prestes a entrar em uma nova recessão, com a queda do PIB em 0,5% prevista para 2022 e um desempenho muito pior do que os pares, em nível mundial. Os economistas do banco Solange Srour e Lucas Vilela destacam, no documento, o risco de o país entrar em uma “economic trap” (ou armadilha econômica), em que o baixo crescimento pressiona os políticos a aumentarem os gastos, intensificando as causas de um baixo crescimento.
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O Credit Suisse prevê um cenário econômico negativo para o Brasil, no ano que vem
De acordo com o Credit Suisse, sem um forte comprometimento de reduzir o déficit e aumento na produtividade, provavelmente teremos um crescimento de PIB fraco e uma continuação na piora da dívida bruta. Os autores do relatório também projetam que o consumo e os investimentos tendem a contrair devido ao forte aumento da inflação, à alta necessidade de financiamento do governo e maiores incertezas.

Projeções

Para a inflação, a projeção é de alta de 6% em 2022, explicada pela inércia dos preços, recuperação de preços de serviços e maiores preços de produtos industriais. Em 2023, no entanto, após as eleições, a inflação deverá desacelerar para 3,8% refletindo o efeito defasado da desaceleração do crescimento econômico e menor pressão de custo de insumos. A projeção é de que o Banco Central (BC) continuará aumentando as taxas de juros nos próximos meses, atingindo 12,25% em maio de 2022, ante os atuais 9,25% ao ano. O início do ciclo de afrouxamento deve ocorrer apenas no início de 2023, quando as expectativas de inflação para o horizonte monetário estiverem de volta à meta de inflação. A expectativa é de taxas de juros em 7,5% no final de 2023. Olhando as principais projeções dos indicadores macroeconômicos, Solange e Vilela esperam que a dívida bruta continue crescendo nos próximos dois anos, para 86,8% do PIB e 89,4% do PIB, respectivamente.
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