Brasil, Colômbia e República Dominicana são as nações latino-americanas mais atingidas pelo tráfico de pessoas para países da Europa. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela secretaria contra a Droga e o Crime da ONU, em Bogotá.
Durante conferência sobre o tema na capital colombiana, representantes das Nações Unidas divulgaram que centenas de meninas e mulheres brasileiras saem por mês do país, principalmente com destino à Espanha, Holanda e Venezuela, para fins de exploração sexual ou trabalho forçado.
Os especialistas garantiram que a Espanha e o Japão são os destinos mais comuns das vítimas do tráfico humano no Brasil. A ONU identificou 32 rotas internacionais saindo do país.
A situação não é grave apenas no Brasil. A conselheira da ONU em Viena, Sandra Valle, denunciou o crime no país vizinho: "na Colômbia, o problema do tráfico de pessoas alcançou proporção imensurável. A Polícia secreta colombiana e a Interpol calculam que entre 45 mil e 55 mil mulheres colombianas são vítimas do tráfico para fins sexuais".
- A cada dia, entre duas e dez mulheres colombianas se tornam vítimas deste crime. As autoridades da região acreditam que entre 20 e 50 pessoas de países andinos são enviadas por semana a outros países através da Colômbia - declara a conselheira.
O Equador é um país de origem e trânsito para a prostituição, principalmente rumo ao Canadá. Quanto ao Peru, a ONU lamenta a escassez de informação, apesar da situação no país também ser alarmante. Na Venezuela, segundo o relatório, as mulheres são recrutadas e obrigadas a se prostituir no exterior, sobretudo na Espanha, Portugal e Estados Unidos.
De acordo com a ONU, o tráfico humano é hoje o negócio que mais cresce dentro do crime organizado, com lucros que variam de sete a US$ 12 bilhões por ano. "Estimativas recentes apontam que mais de 900 mil pessoas são vítimas do tráfico a cada ano para exploração sexual e trabalhos forçados", diz o texto.
Patrocinados pelo governo da Suécia, os especialistas da ONU estão reunidos esta semana em Bogotá para coordenar estratégias na luta contra o tráfico de pessoas. O Departamento Administrativo de Segurança (DAS) revelou em um comunicado que 50 mil colombianas trabalham como prostitutas no exterior.
Além disso, as casas noturnas de Tóquio, Madri e Amsterdã são as que concentram o maior número de prostitutas procedentes da América do Sul.
Desde 1998, a Interpol da Colômbia conseguiu capturar 97 membros das redes dedicadas ao tráfico humano para a prostituição dentro do país e na Espanha, Holanda, Japão, Equador e Estados Unidos, além de ter resgatado 240 mulheres de 14 a 35 anos de idade.
Rio de Janeiro, Segunda, 29 de Abril de 2024
Brasil é um dos países mais atingidos por tráfico humano
Arquivado em:
Publicado Quarta, 19 de Novembro de 2003 às 21:46, por: CdB
Edição digital