Brasil domina estreia paralímpica da Gymnasíade

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Publicado Quarta, 01 de Junho de 2022 às 09:00, por: CdB

Maior delegação paradesportiva do evento, com 27 representantes (praticamente um terço do total), o Brasil fez jus ao favoritismo com 16 ouros, 15 pratas e oito bronzes. Não houve um quadro de medalhas específico.

Por Redação, com ABr - de Paris

A edição deste ano dos Jogos Mundiais Escolares, também conhecidos como Gymnasíade, realizados no mês passado, teve uma novidade. O evento realizado na região da Normandia (França) recebeu, pela primeira vez, disputas para atletas com deficiência. A equipe paralímpica brasileira obteve 39 medalhas e foi ao pódio nas três modalidades (atletismo, natação e judô).
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Maior delegação paralímpica do evento volta da França com 39 medalhas
Maior delegação paradesportiva do evento, com 27 representantes (praticamente um terço do total), o Brasil fez jus ao favoritismo com 16 ouros, 15 pratas e oito bronzes. Não houve um quadro de medalhas específico. Se tivesse, os brasileiros ficariam à frente no geral e por modalidade. Vale lembrar que o país teve a equipe mais numerosa da Gymnasíade com 230 alunos-atletas ao todo. – A participação dos atletas paralímpicos brasileiros na Gymnasiade foi excelente. Para nós, foi extremamente importante a inclusão de esportes paralímpicos no evento. Tenho certeza de que essa integração foi uma experiência única de aprendizado tanto para os atletas olímpicos como os paralímpicos – declarou Jonas Freire, diretor de alto rendimento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), à Agência Brasil. A primeira vez do paradesporto na Gymnasíade reuniu 84 dos cerca de 3,4 mil atletas entre 16 e 18 anos que participaram do evento e envolveu oito das 63 nações representadas na Normandia. O Brasil teve mais competidores em uma única modalidade (atletismo e natação, com 12 atletas cada) que a equipe paralímpica inteira da França (11), anfitriã dos Jogos. Além dos brasileiros, só os turcos marcaram presença nos três esportes.

Atletismo

Na natação e no atletismo as baterias tiveram que ser multiclasses, com pódios definidos por meio de uma pontuação que levou em conta o tempo ou a marca e o desempenho do atleta conforme o grau de comprometimento. Ou seja: competidores com deficiências físico-motoras, visuais e intelectuais brigaram entre si pelas medalhas. No caso específico do atletismo, a divisão se deu pelo tipo de disputa: salto em distância, velocidade (cem e 400 metros) e meio-fundo (1,5 mil e três mil metros). A prova em que o jovem obtivesse mais pontos valeria para a classificação final. Por exemplo: o brasileiro José Alexandre Martins da Costa, da classe T47 (amputação em um dos membros superiores), recebeu 1.167 pontos pelo desempenho nos cem metros e 1.144 nos 400 metros. A primeira pontuação, mais elevada, valeu a medalha de ouro dos velocistas no masculino. O francês Thebaut Evan, da T12 (baixa visão), por sua vez, obteve 861 pontos nos cem e 959 nos 400 metros. O segundo resultado foi levado em conta - ele ficou na sétima posição.

Judô

O judô, por sua vez, teve apenas seis inscritos (três do Brasil) em cinco pesos. Na prática houve uma única disputa por medalhas, com vitória da espanhola Maria Manzanero sobre a brasileira Larissa Barros de Oliveira, de 16 anos (dois a menos que a rival), na categoria até 57 quilos. No último dia foi realizada uma clínica com a judoca francesa Gevrise Emane, tricampeã mundial e medalhista de bronze na Olimpíada de Londres (Reino Unido), em 2012, na categoria 63 quilos. Apesar das adaptações, o evento serviu para que muitos dos jovens que dele participaram competissem pela primeira vez longe de casa. Este foi o caso de Gabriel Guimarães, de 16 anos, apresentado ao esporte adaptado na escola paralímpica do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e atualmente dono do sexto melhor tempo do país nos cem metros na classe T12. Na França ele ficou em terceiro entre os velocistas, atrás de José Alexandre e do também brasileiro Leandro de Oliveira Viana, da categoria T20 (deficiência intelectual). – A experiência na Gymnasíade foi muito incrível, diferente. Descobri novos países e culturas. Os resultados foram contabilizados de forma diferente, fiquei com o bronze, mas com sabor de ouro para mim, por todo o trabalho feito e a dedicação de todos, como meu guia, Célio Miguel, meus pais e família. (A Gymnasíade) foi muito importante para meu crescimento como atleta – resumiu Gabriel à Agência Brasil.
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