A mudança de CEOs foi o pontapé inicial para a reestruturação do banco, que enfrenta queda de rentabilidade desde 2022. O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE, na sigla em inglês), que indica a rentabilidade da operação, ficou em 10% ao fim de dezembro de 2023.
Por Redação - de São Paulo
O Bradesco anunciou um lucro líquido recorrente de R$ 16,297 bilhões em 2023, nesta quarta-feira. O número é 21,2% menor que o registrado em 2022, quando o resultado da companhia também encolheu 21%, para R$ 20,7 bilhões. O resultado veio abaixo das estimativas do mercado, de R$ 18,09 bilhões, segundo analistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg.
O balanço também ficou aquém das previsões do próprio banco.
— Não era o resultado que a gente queria entregar — afirmou Marcelo Noronha, presidente do Bradesco, em entrevista a jornalistas para comentar os números.
Patrimônio
Noronha assumiu o banco em novembro, no lugar de Octavio de Lazari Junior, que ficou no comando do banco por seis anos. A mudança de CEOs foi o pontapé inicial para a reestruturação do banco, que enfrenta queda de rentabilidade desde 2022. O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE, na sigla em inglês), que indica a rentabilidade da operação, ficou em 10% ao fim de dezembro de 2023, três pontos percentuais abaixo do registrado ao fim de 2022 e o pior desde, pelo menos, 2007, ano inicial da série história disponibilizada pelo banco.
A queda no lucro se deve ao aumento de 22,4% com despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e contração de 4,3% da margem financeira bruta com clientes.
Cielo
Noronha anunciou, ainda, que há mudança em curso na integração da Cielo, controlada pelo Bradesco em sociedade com o Banco do Brasil, que irá fechar capital na Bolsa de Valores (B3). A previsão do banco é que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) para comprar as ações da adquirente de outros investidores termine em 150 dias.
— Vamos ter metas diferentes (para a Cielo). Na companhia aberta, há os conselheiros independentes, com certos princípios. O BB é um bom parceiro, que nos dá escala. O acordo de acionistas vai mudar no meio do ano, mas não vamos comprar ou vender a empresa, gostamos do sócio — resumiu Noronha, ao comentar as vantagens da operação.