Bolsonaro demite almirante e nomeia economista para Minas e Energia

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Publicado Quarta, 11 de Maio de 2022 às 11:21, por: CdB

Para o lugar de Bento Albuquerque, o presidente da República nomeou Adolfo Sachsida, servidor de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele ocupava a chefia da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia.

Por Redação - de Brasília
O almirante de Esquadra Bento Albuquerque não é mais o ministro de Minas e Energia. O decreto com a exoneração do cargo, a pedido, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
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O ex-ministro Bento Albuquerque foi substituído após o aumento nos preços do óleo diesel
Para o lugar de Bento Albuquerque, o presidente da República nomeou Adolfo Sachsida, servidor de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele ocupava a chefia da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia. Sachsida é doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) com pós-doutorado pela Universidade do Alabama, nos Estados Unidos. Ele também é advogado, especializado em Direito tributário.

‘Dedicação’

Em seu perfil no Twitter, Sachsida agradeceu ao presidente pela "confiança" e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. E também citou o o ex-ministro Bento Albuquerque "pelo trabalho em prol do país". "Com muito trabalho e dedicação espero estar à altura desse que é o maior desafio profissional de minha carreira. Com a graça de Deus vamos ajudar o Brasil”, escreveu, na rede social. A troca ocorre apenas alguns dias após a Petrobras anunciar um novo reajuste no preço do diesel. Na última segunda-feira, a petroleira informou que o preço médio do combustível teria uma alta de 8,87% nas refinarias. Com o aumento, o preço médio do combustível nas refinarias passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro — o repasse aos consumidores depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos de combustíveis. O reajuste era esperado pelo mercado financeiro, diante da escalada das cotações internacionais nas últimas semanas, mas desagradou o governo.

'Em guerra'

Bolsonaro, que busca a reeleição neste ano, tem criticado a política de preços da Petrobras. Na quinta-feira, o presidente afirmou que o lucro de R$ 44,5 bilhões da companhia no primeiro trimestre deste ano é um "estupro" e um "absurdo". — Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem aumentar mais o preço do combustível — desabafou o mandatário. O novo reajuste deflagrou uma nova onda de pressões sobre o governo para o lançamento de medidas para conter o preço dos combustíveis em ano eleitoral. Nos últimos dias, técnicos do governo voltaram a discutir possíveis soluções, entre elas o uso de dividendos pagos pela Petrobras à União para atenuar a alta dos preços nas bombas, mas não há ainda uma definição. Esta é a terceira demissão no governo após um aumento no preço dos combustíveis. Nas outras duas oportunidades, a troca ocorreu no comando da Petrobras. No início de 2021, Bolsonaro demitiu o economista Roberto Castello Branco da Presidência da empresa em meio à pressão por causa da política de preços da estatal.
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