O Ibovespa fechou o dia nesta quinta-feira em queda de 1,71% aos 9.183 pontos, o menor nível desde 3 de março de 1999, época da desvalorização do real, quando encerrou aos 9.154 pontos. O índice teve a quinta queda consecutiva. Nos últimos cinco pregões, acumulou baixa de 11%. No ano, a Bovespa amarga uma desvalorização de 32,3%. O volume de negócios somou R$ 424,623 milhões. O mercado paulista operou na contramão dos índices americanos. O Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,85%. A Bolsa eletrônica Nasdaq avançou 0,79%. Nem as medidas anunciadas ontem pelo governo para estimular os fundos de investimentos surtiram efeito na Bolsa paulista. As ações dos bancos privados tombaram hoje , um dia após o aumento do depósito compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central). Com isso, o governo quer tirar de circulação R$ 11 bilhões, limitando a especulação. A maior baixa do dia foi, pelo segundo dia consecutivo, das ações preferenciais da TCO (Tele Centro Leste Celular), que desabaram 14,8% para R$ 2,36. A empresa mergulhou em uma crise de desconfiança, após seu conselho aprovar a compra de R$ 190 milhões em debêntures da sua controladora, a Splice. O mercado teme o futuro da TCO, que já carrega R$ 660 milhões em debêntures. No ranking das maiores altas, o destaque foi a ação ordinária do Banco do Brasil, que subiu 8,6% para R$ 9,20 por lote de mil. Um operador citou que alguns investidores estão comprando os papéis do BB de olho nos ganhos projetados para o exercício do direito de dissidência no processo de conversão das ações preferenciais em ordinárias. O prazo para aderir à dissidência termina no próximo dia 2 de setembro. Quem exercer esse direito - ou seja discordar de ver sua ação PN virar ON - receberá R$ 12,29 por lote de mil, um valor bem superior ao da ação atualmente. Essa conversão das ações PN em ON faz parte do ritual definido para a oferta pública do governo de venda de 16,5% do capital total da instituição. Otimismo? A segunda quinzena do mês marcará o início da recuperação do Ibovespa, que deverá voltar ao patamar de 10.000 pontos e tentar romper a barreira de 11.000 pontos até o final de setembro. A aposta é do consultor financeiro e de investimentos Ricardo Guerses, diretor do portal Acionista. "O mercado já precificou [embutiu nos preços dos ativos] uma eventual vitória da oposição, seja Lula ou Ciro", diz Guerses. Ele está otimista com o resultado da reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com os presidenciáveis, marcada para a próxima segunda-feira, com o objetivo de debater a situação econômica do país. "Há chances de um consenso para a transição política. Os candidatos vão colaborar. Caso contrário, qualquer que seja o vencedor das eleições terá dificuldades de governar", afirma o consultor. Para Guerses, o motor para a recuperação financeira será uma melhor definição do quadro eleitoral nos próximos 40 dias.
Rio de Janeiro, Quinta, 02 de Maio de 2024
Bolsa brasileira fecha no pior índice desde 99
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Publicado Quinta, 15 de Agosto de 2002 às 19:46, por: CdB
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