A Rede Band de Televisão parece estar um passo à frente quando o assunto é o caso de Fernando Dutra Pinto, seqüestrador morto de Patrícia Abravanel, filha do empresário brasileiro Silvio Santos, proprietário de um grupo de empresas que inclui a segunda maior rede de emissoras de TV do Brasil, o SBT. O seqüestrado pode, segundo informações divulgadas pela emissora, ter dito a verdade ao afirmar que não matou nenhum policial no flat L'Etoile Residence em Alphaville, São Paulo. Informações divulgadas pelos programas Brasil Urgente e Jornal da Band, da Rede Band de Televisão acusam ex-integrantes do Serviço Secreto Israelense, o Mossad, de terem participado da tentativa de resolução do seqüestro com uma investigação paralela, e de terem causado o tiroteio, talvez por acidente. A reportagem descobriu um boato que corre na comunidade judaica de São Paulo (Silvio Santos é judeu) como base da investigação. O Mossad é conhecido como um dos melhores e mais letais serviços secretos do mundo e, embora seus agentes estejam proibidos de agir sem controle do estado, há centenas de ex-agentes que operam livremente, quando necessário. Israel não tem controle sobre ex-agentes. O serviço secreto é tão rígido que somente uma vez anunciou que precisava de especialistas, ano passado. O Relatório Alfa reproduziu o anúncio A investigação da Rede Band sugere que Silvio Santos pode ter contratado uma equipe de resgate independente composta por ex-agentes do serviço secreto israelense para salvar sua filha. O encontro entre os agentes do serviço secreto para tratar das buscas de Patrícia Abravanel teria sido feito na sede do Banco Pan-americano, de propriedade do empresário, em São Paulo. Silvio Santos está fora do Brasil e não comentou as informações do departamento de jornalismo da TV Band. A equipe de cinco ex-integrantes do Mossad teria se hospedado no andar de Fernando Dutra Pinto e teria provocado a troca de tiros, já que nem eles nem os policiais civis sabiam da existência uns dos outros. Cada grupo teria suposto que o grupo oposto, armado, faria parte da quadrilha de seqüestradores, dando início ao tiroteio. O estranho é que isso mostraria um singular amadorismo da parte dos agentes (ou ex-agentes) do Mossad; o amadorismo da operação dos policiais civis nem precisa ser discutido, tantos foram seus erros. As informações foram obtidas pelo repórter Sandro Barbosa e divulgadas com exclusividade ontem. Se verdadeira, a versão explicaria o sangue de uma quinta pessoa, não identificada, encontrado no local do tiroteio. Também mostraria que Fernando Dutra Pinto pode não ter sido o autor dos disparos que mataram os policiais. O único sobrevivente foi o policial Reginaldo Narder, que sustenta a versão de que Fernando Dutra Pinto teria morto os dois colegas, ferido Narder e fugido. O que Narder ainda não explicou foi a seqüência de erros na tentativa de captura do seqüestrador, erros que acabaram por levantar suspeitas, por parte da imprensa, de que a tentativa de captura tivesse sido, na verdade, uma tentativa de roubo do resgate -- algo negado veementemente por todos os envolvidos. A nova versão, divulgada pelo Brasil Urgente e pelo Jornal da Band pode, se confirmada, inocentar os policiais imediatamente e transferir o problema para o empresário Silvio Santos, já que a ação de investigação paralela seria proibida -- embora compreensível.Também explicaria o envolvimento direto do governador do estado de S. Paulo, Geraldo Alkimin, durante as negociações com Fernando Dutra Pinto na casa de Silvio Santos, durante o cerco policial para libertação do empresário. Existe lógica nessa hipótese, mas ela ainda é somente isso: uma hipótese. Segundo o ex-oficial do exército israelense Avner Shemesh "nem Rambo conseguiria escapar de três policiais armados, sendo pego de surpresa e desarmado", como aconteceu com Fernando Dutra Pinto quando fugiu do flat em Alphaville. Shemesh afirmou que Fernando Dutra Pinto parecia est
Rio de Janeiro, Quinta, 02 de Maio de 2024
Boato liga empresário Silvio Santos ao Serviço Secreto Israelense, o Mossad
Arquivado em:
Publicado Quinta, 10 de Janeiro de 2002 às 08:58, por: CdB
Edição digital