Os fatos descritos nas matérias do CdB sobre o esfacelamento da base aliada de Temer, no Congresso, seguem em linha com as pesquisas realizadas pela mídia conservadora.
Por Redação - de Brasília
A rebelião surda, em curso no Parlamento, pela liberação da denúncia contra o presidente de facto, Michel Temer, conforme noticiou o Correio do Brasil, na semana passada, ganha contornos mais nítidos quanto mais se aproxima o momento de votar o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para afastá-lo do cargo. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e interlocutores do partido, na Câmara, alertam para o risco que correm aqueles dispostos a votar contra a denúncia, junto à Opinião Pública.
— Há o entendimento formado, junto à esmagadora maioria dos eleitores, conforme demonstram as sondagens, que se trata de um momento frágil. E quem estiver ao lado de Temer, cairá com ele. A verdade é que ninguém mais quer correr esse risco. Por mais que o defendam, nos microfones, uma coisa é falar, outra é votar — disse um assessor parlamentar à reportagem do Correio do Brasil, neste domingo, por telefone.
Sem votos
Os fatos descritos nas matérias do CdB sobre o esfacelamento da base aliada de Temer, no Congresso, seguem em linha com as pesquisas realizadas pela mídia conservadora. Um diário de ultradireita do Rio e outro de São Paulo publicaram, nas edições deste domingo, que o mandato de Michel Temer está por um fio.
Ele já não teria votos suficientes para barrar a primeira denúncia do procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot. Temer é investigado por corrupção passiva, no episódio em que seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures corre com R$ 500 mil em uma mala. Tratava-se de propina paga pelo Grupo JBS.
Temer teria entre 44 e 45 votos apenas, dos 172 necessários para escapar à denúncia. Somente 13% dos aliados posicionaram-se, publicamente, contra a investigação contra Temer. Ainda que consiga escapar desta denúncia, o cenário político se deteriora, rapidamente. Temer ainda será acusado por obstrução à Justiça e organização criminosa. Janot diz que há provas sólidas contra ele e “a denúncia é muito forte”.
'Tremito'
Uma vez autorizado o processo junto ao STF, Temer será afastado por 180 dias. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) então assume, interinamente, a Presidência da República.
A PGR investiga, ainda, se Michel Temer seria o ‘Tremito’. Trata-se de apelido associado a uma propina de R$ 19 milhões da Construtora Norberto Odebrecht.
Os delatores da empreiteira não esclareceram quem seria o ‘Tremito’. A empresa, porém, entregou um extrato de R$ 40 milhões de propina paga para diferentes peemedebistas. Tratava-se de um contrato de prestação de serviços para a área internacional da Petrobras, em nove países.
Janot pretende reinquirir os delatores da Odebrecht para que se esclareça quem é o 'Tremito'.