Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Avião que caiu em SP apresentou falhas no sistema de degelo em 2023

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Quinta, 15 de Agosto de 2024 às 11:52, por: CdB

Esses problemas são considerados uma das possíveis causas do acidente que vitimou 62 pessoas, de acordo com especialistas.

Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo

A aeronave ATR 72-500 da Voepass que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, havia apresentado problemas com o sistema de degelo em pelo menos seis ocasiões ao longo de 2023. Os dados foram obtidos pelo diário conservador carioca O Globo nesta quinta-feira a partir de relatórios internos da companhia aérea.

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Modelo da aeronave ATR-72 da Voepass

Esses problemas são considerados uma das possíveis causas do acidente que vitimou 62 pessoas, de acordo com especialistas.

Os relatórios revelam que, em pelo menos uma dessas ocorrências, a recomendação técnica foi para que a aeronave evitasse voar sobre o Sul do Brasil, uma região propensa a condições climáticas adversas, especialmente durante o inverno. Contudo, segundo a publicação, essa orientação teria sido ignorada pela Voepass, que continuou a operar a aeronave em rotas para a região.

No dia 13 de julho de 2023, uma inspeção realizada em Ribeirão Preto identificou restrições de gelo na aeronave e reforçou a recomendação de evitar voos para o Sul. No entanto, a aeronave foi enviada para Porto Alegre, onde novamente foi constatado que o sistema de degelo estava inoperante.

Problema de degelo

A situação se repetiu no dia seguinte em Congonhas, São Paulo, onde o problema de degelo foi novamente identificado, além de falhas no gerador elétrico e no indicador de situação horizontal, instrumentos essenciais para a operação segura do avião. Apesar disso, a aeronave foi liberada para voo.

No dia do acidente, o avião enfrentou uma turbulência acentuada por uma combinação de massa de ar polar e fumaça de queimadas da Amazônia.

Durante aproximadamente 10 minutos, a aeronave atravessou nuvens supercongeladas, com temperaturas de até -40ºC, o que possivelmente resultou no acúmulo de gelo nas asas, comprometendo ainda mais a estabilidade e segurança do voo.

Após o acidente, a Voepass afirmou que a aeronave estava operante no momento da queda e que todas as falhas detectadas anteriormente haviam sido corrigidas.

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