Os atos chamaram os manifestantes antigovernamentais de "soldados de Israel", mostrou a cobertura ao vivo da televisão estatal. Eles também gritaram "Morte à América" e "Morte a Israel", slogans comuns que os governantes clericais do país usam para tentar obter apoio às autoridades.
Por Redação, com Reuters - de Teerã
Manifestações organizadas pelo Estado para combater protestos antigovernamentais em todo o Irã desencadeados pela morte de uma mulher sob custódia policial começaram em várias cidades iranianas nesta sexta-feira, com participantes pedindo a execução de manifestantes.
Os atos chamaram os manifestantes antigovernamentais de "soldados de Israel", mostrou a cobertura ao vivo da televisão estatal. Eles também gritaram "Morte à América" e "Morte a Israel", slogans comuns que os governantes clericais do país usam para tentar obter apoio às autoridades.
"Os infratores do Alcorão devem ser executados", gritava a multidão.
Exército iraniano
O Exército iraniano disse nesta sexta-feira que iria "confrontar os inimigos" para garantir a segurança, o aviso mais forte até agora para manifestantes que têm realizado protestos em todo o país pelo caso de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu na semana passada depois de ser presa pela polícia moral por usar "trajes inadequados".
O Exército disse que "essas ações desesperadas fazem parte da estratégia maligna do inimigo para enfraquecer o regime islâmico".
A instituição "confrontará as várias tramas dos inimigos para garantir segurança e paz às pessoas que estão sendo injustamente agredidas", afirmou.
Os governantes clericais do Irã temem um renascimento dos protestos de 2019 que eclodiram devido ao aumento do preço da gasolina, o mais sangrento da história da República Islâmica. À agência inglesa de notícias Reuters informou que 1,5 mil pessoas foram mortas.
Na mais recente agitação, manifestantes em Teerã e outras cidades incendiaram delegacias e veículos da polícia, enquanto a indignação pela morte de Amini não mostra sinais de diminuir, com relatos de forças de segurança sendo atacadas.
A mídia iraniana informou a prisão de 288 manifestantes na quinta-feira.
A morte de Amini reacendeu a raiva por questões como restrições às liberdades pessoais no Irã, incluindo códigos de vestimenta rígidos para mulheres, e uma economia que sofre com as sanções.