Segundo a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, seis adultos foram presos e um menor de idade foi apreendido. Durante a madrugada, duas pessoas foram liberadas e outras cinco aguardam audiência de custódia. As acusações são de resistência e associação criminosa.
Por Redação, com Brasil de Fato - de São Paulo
O ato do Movimento Passe Livre (MPL) terminou com prisões de manifestantes e repressão policial, no centro da cidade de São Paulo, no fim da tarde de quinta-feira. Os manifestantes criticam o aumento do preço da passagem de trens e metrôs e a privatização de linhas do sistema de transporte estadual.
No local, estavam presentes a Tropa de Choque, a Força Tática o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar de São Paulo. Mesmo antes do início da manifestação, policiais efetivaram prisões dentro da estação República do Metrô. Um jovem detido chegou a ser agredido por agentes do Beap, que utilizavam balaclava, impossibilitando a identificação dos responsáveis pela agressão.
Segundo a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, seis adultos foram presos e um menor de idade foi apreendido. Durante a madrugada, duas pessoas foram liberadas e outras cinco aguardam audiência de custódia. As acusações são de resistência e associação criminosa.
Além das prisões, a polícia recusou o trajeto que foi proposto pelo MPL, o que provocou um atraso de cerca de uma hora no início do ato. Os manifestantes pretendiam sair da Praça da República e seguir sentido à Avenida Paulista. Mas a polícia ofereceu a proposta, aceita pelo movimento, de seguir até a estação de metrô Mackenzie, na rua da Consolação.
Em nota enviada à Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado de São Paulo informou que assegura “o direito à livre expressão e manifestação, bem como resguardando a integridade de manifestantes e demais cidadãos. A PM permanece em prontidão para eventuais situações que demandem intervenção". A pasta não informou quantas apreensões e prisões foram registradas.
A tarifa do transporte de metrô e trem, sob responsabilidade do governo estadual, subiu de R$ 4,40 para R$ 5 desde 1º de janeiro. O valor do bilhete nos ônibus na capital paulista, administrados pela prefeitura, não teve acréscimo.
Segunda manifestação do MPL com prisões
No último dia 10, em outra manifestação do MPL, a Polícia Militar já havia prendido 25 jovens que tentavam chegar ao ato contra o aumento da tarifa do transporte, segundo revelou reportagem do Brasil de Fato.
Dos 25 jovens, 13 foram acusados pelo delegado Alexandre Henrique Augusto Dias, do 3° Distrito Policial, de associação criminosa. Em audiências de custódia no dia seguinte, a Justiça ordenou a soltura de todos os detidos.
Entre os detidos, seis eram menores de idade. Para o delegado, os menores deveriam ser internados na Fundação Casa para "garantia de sua segurança pessoal e principalmente da manutenção da ordem pública". O pedido, no entanto, não foi acatado pela Vara da Infância e Juventude, que determinou que os adolescentes deverão ser "entregues aos seus responsáveis" e responder os processos em liberdade assistida.